Mogi das Cruzes (SP) – A influenciadora Nayara Macedo das Virgens, mais conhecida nas redes como Any Awuada, foi presa temporariamente nesta quarta-feira (21) em meio a uma operação policial contra a venda de perfumes e cosméticos falsificados.
A ação, deflagrada em dois endereços no bairro Alto do Ipiranga, também prendeu sua mãe, Ângela de Macedo, e uma terceira envolvida, Júlia Gabriela de Siqueira Freitas.
Any Awuada, que ficou famosa após revelar um suposto caso extraconjugal com Neymar, é acusada de comercializar produtos de beleza sem qualquer registro na Anvisa, contendo inclusive substâncias perigosas como metanol e etanol.
Justiça prende influenciadora e família em operação de saúde pública
Os produtos falsificados eram vendidos principalmente pela internet e em redes sociais, com promessas de resultados estéticos rápidos e fórmulas “exclusivas”. Mas segundo o Ministério Público, o que havia ali era um coquetel ilegal, sem controle sanitário e com potencial altamente tóxico.
Durante a ação, os agentes encontraram a filha de Nayara, menor de idade, que estava no local da prisão. A menina foi encaminhada aos cuidados de uma tia.
O escritório Blaustein Mello & Ramalho, que representa Nayara e sua mãe, afirmou em nota que “a equipe jurídica está tomando ciência integral dos autos do processo para adotar todas as medidas cabíveis à sua defesa”.
Neymar, fake news e fetichização digital
A influenciadora ganhou notoriedade após vir a público com declarações sobre seu envolvimento com o jogador Neymar Jr., incluindo relatos picantes e desinformação sobre métodos contraceptivos.
Entre eles, a falsa dica de “urinar após o sexo” divulgada nas redes sociais para evitar gravidez, o que acendeu alertas entre ginecologistas e especialistas em saúde sexual.
Os relatos foram usados como isca para turbinar a venda de assinaturas em plataformas de conteúdo adulto, estratégia que envolvia também a venda dos cosméticos agora sob investigação. O caso revela um circuito perverso de monetização da intimidade com apelo bolsonarista e influência tóxica.
Prisão de influenciadora levanta alerta sobre mercado clandestino
A operação integra uma ofensiva mais ampla da Polícia Civil de São Paulo contra falsificação de cosméticos. Segundo as autoridades, os produtos apreendidos continham substâncias perigosas que, em contato com a pele, podem causar desde dermatites até intoxicação sistêmica. O uso de metanol, por exemplo, é proibido em cosméticos por ser altamente tóxico.
O caso de Any Awuada presa reforça a necessidade de regulação rigorosa, sobretudo em plataformas digitais, onde o consumo de influenciadores é confundido com autenticidade e abre caminho para abusos.
O Carioca esclarece
Por que isso importa?
A prisão de uma influenciadora ligada a celebridades por venda de cosméticos falsificados com substâncias tóxicas expõe o risco sanitário do mercado informal digital e os limites da fiscalização da Anvisa.
Quem são os envolvidos?
Nayara Macedo (Any Awuada), sua mãe Ângela de Macedo, e Júlia Gabriela foram presas em Mogi das Cruzes. A filha menor de Nayara foi resgatada na operação. A defesa das investigadas nega as acusações.
Qual o impacto no Brasil e no mundo?
Casos como este são comuns em economias com alto consumo digital e baixa regulação de influencers. O uso de substâncias como metanol representa uma ameaça à saúde pública e pode gerar repercussão internacional sobre os controles sanitários no Brasil.
Como isso afeta a democracia ou os direitos?
O episódio evidencia a falta de políticas públicas eficazes para regular a influência digital e garantir segurança do consumidor. Também escancara como a monetização do corpo feminino em plataformas adultas é explorada em contextos ilegais e inseguros.