Brasília – Um homem ameaça explodir bomba em frente ao Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) nesta quinta-feira (22), no coração da Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Com duas crianças – uma no colo e outra num carrinho – e acompanhado por uma mulher, o suspeito, identificado como Flávio Pacheco da Silva, acionou um artefato explosivo e passou a exigir a presença de autoridades.
Segundo testemunhas, ele mencionou o golpe de 1964, gritava palavras desconexas e lançou o que parecia ser um rojão na entrada do ministério.
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi acionada às 16h, e isolou a área. O clima era de tensão. O caso mobilizou o Batalhão de Operações Especiais (Bope), que iniciou a Operação Petardo, protocolo usado em situações de ameaça com explosivos.
Bope isola ministério e negocia com homem
Imagens que circularam nas redes sociais mostram o homem visivelmente alterado, segurando uma das crianças, enquanto conversava com os policiais. A outra criança permanecia no carrinho. A movimentação era intensa, com agentes armados cercando a área.
Funcionários do MDS, localizado no bloco A da Esplanada, relataram que ouviram um forte estrondo. “Estávamos no oitavo andar quando escutamos a explosão. Ele parecia em surto, e falava algo sobre um processo negado”, afirmou uma servidora ao portal Metrópoles. Segundo relatos, o homem teria lançado bombinhas do tipo “cabeção” ao ser impedido de entrar no prédio.

Suspeito exigia ser ouvido por ministra
A motivação do ataque parece estar ligada a uma frustração pessoal. Lorrany Denise, auxiliar administrativa que testemunhou a cena, disse que o homem exigia falar com a ministra dos Direitos Humanos. Apesar das tentativas de diálogo, ele se recusava a deixar o local e se mantinha próximo a um volume suspeito.
A Polícia Civil confirmou sua identidade com uso de reconhecimento facial. Servidores foram orientados a evacuar o prédio como medida de segurança. O volume não identificado permaneceu sob controle do suspeito durante boa parte da negociação.
Prisão após horas de tensão
Após horas de impasse, agentes do BOPE conseguiram prender Flávio Pacheco da Silva e neutralizar a ameaça. A operação evitou uma tragédia em uma área que concentra diversos ministérios, incluindo os das Cidades, do Esporte e dos Direitos Humanos.
Ainda não se sabe o conteúdo do pacote suspeito. A Polícia trabalha com a hipótese de que o homem agiu por conta própria, em protesto contra a suposta falta de atendimento de sua demanda pelo MDS. A PMDF manteve negociações até o fim da tarde.
Ataques e radicalização: sintomas de um Brasil em surto
Casos como este não são isolados. Nos últimos anos, o país tem registrado um aumento preocupante de episódios envolvendo violência política, surtos psicóticos e uso simbólico de crianças em protestos extremados. A radicalização difusa, alimentada por desinformação e abandono estatal, tem consequências reais e perigosas.
Em um país marcado por crises de saúde mental, abandono institucional e instabilidade democrática, esse tipo de episódio revela uma bomba social prestes a explodir. O uso de crianças como escudo humano agrava ainda mais a gravidade do ocorrido.
O Carioca esclarece
Por que isso importa?
Porque episódios de radicalização com risco à vida pública vêm se tornando mais frequentes no Brasil e expõem falhas graves na proteção social e no atendimento psicológico da população.
Quem são os envolvidos?
Flávio Pacheco da Silva, suspeito de lançar artefatos e ameaçar explodir o Ministério do Desenvolvimento Social. Ele estava acompanhado de uma mulher e duas crianças.
Qual o impacto no Brasil e no mundo?
Ameaças em áreas ministeriais reforçam a percepção de insegurança institucional e são combustível para discursos autoritários que usam o medo como justificativa para repressão.
Como isso afeta a democracia, os direitos ou o meio ambiente?
Esse tipo de episódio fragiliza a democracia ao naturalizar o uso da violência como forma de reivindicação, além de colocar vidas inocentes em risco – especialmente de crianças.