A Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) prendeu em flagrante, nesta semana, quatro integrantes do “Bonde do Urso”, grupo criminoso ligado a Edgar Alves de Andrade (foto em destaque), o “Doca” — um dos principais chefes do Comando Vermelho. A quadrilha atuava em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e mantinha um esquema sofisticado de fraudes financeiras, com foco em golpes envolvendo apostas esportivas.
De acordo com as investigações, o grupo operava a partir de uma casa alugada, transformada em uma verdadeira central do crime. No local, os policiais encontraram drogas, equipamentos de clonagem de cartões e um laboratório improvisado para falsificação de dados bancários. Além disso, foram apreendidos computadores utilizados para invadir e fraudar plataformas de apostas esportivas, setor onde o grupo concentrava parte de suas operações clandestinas.
Os criminosos ostentavam uma estrutura empresarial: camisas personalizadas com o nome do “Bonde do Urso”, acessórios e imagens que circulavam em redes sociais, mostrando os integrantes ostentando joias, ouro e registrando encontros com traficantes.
Rei do camarote
A presença do líder da quadrilha foi confirmada no camarote do baile funk realizado na Cidade de Deus no último fim de semana, evento que terminou com a morte de um agente da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). No baile, o criminoso estava cercado por membros da alta cúpula do tráfico e artistas que orbitam a facção liderada por Doca.
A investigação aponta ainda que o esquema do Bonde do Urso funciona como uma espécie de “empresa clandestina do crime”, com divisão de tarefas, setores especializados em fraudes bancárias e em apostas, além de forte aparato tecnológico.
Após as prisões, foi realizada perícia na residência usada pelo grupo. O inquérito segue em andamento para identificar outros envolvidos e mapear a extensão da rede criminosa, que, segundo os investigadores, é financiada e comandada à distância por Doca.