Janja diz que “não é biscuit de porcelana” e cutuca Michelle

Brasília – Rosângela Lula da Silva, a Janja, afirmou que “não é um biscuit de porcelana” ao reagir às críticas sobre sua atuação política e comentários feitos durante jantar com Xi Jinping, na China.

Em entrevista ao podcast “Se ela não sabe, quem sabe?”, da Folha de S.Paulo, a primeira-dama defendeu a regulamentação das redes, ironizou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e rejeitou a ideia de seguir carreira política.

“Se eu falo, incomoda. Se fico calada, também”

Ao falar sobre as reações negativas que recebe, Janja denunciou o machismo que perpassa tanto a imprensa quanto a sociedade: “Qualquer movimento que eu faça é criticado. Entendo a oposição. O que não entendo são mulheres que viram a bazuca contra mim.” Segundo ela, a misoginia molda o tratamento que recebe desde que assumiu o papel de primeira-dama.

Ironia direta a Michelle Bolsonaro

Quando perguntada se viaja com maquiador, Janja respondeu com ironia: “Você está confundindo a primeira-dama. É a outra, não sou eu.” A referência a Michelle Bolsonaro, conhecida por manter uma equipe de beleza em viagens internacionais, foi clara. Janja disse cuidar da própria aparência sozinha: “Eu mesma faço meu cabelo, passo minha roupa. Se tiro os óculos, não enxergo nada. Como é que maquio?”

“TikTok está matando criança”

A polêmica mais recente veio após o jantar oficial com Xi Jinping, onde Janja criticou os riscos do TikTok para crianças. A fala foi vazada à imprensa como uma gafe diplomática, mas ela rejeita essa leitura: “Não foi quebra de protocolo nenhum. Estávamos num jantar, conversando. Eu não entrei gritando. Quer dizer, eu não posso falar? Não sou um biscuit de porcelana.”

Ela completou que tem consciência do impacto de suas palavras: “Não vou me furtar a falar de uma rede que está matando criança. Eu poderia ter falado com o Putin: ‘pelo amor de Deus, para com essa guerra’. Mas sei que aquele não era o momento.”

“Não passo pano para Lula”

Janja ainda afirmou que Lula nunca tentou censurá-la. “Se ele fosse essa pessoa, eu jamais teria casado com ele.” E garantiu que discorda publicamente quando necessário: “Aquele episódio do Corinthians, quando ele falou aquela bobagem [sobre violência doméstica], eu disse ‘não faz isso comigo’. Eu não passo pano para ele.”

Política? Não é o que ela quer

A primeira-dama afirmou que não pretende se candidatar. “Quando tudo isso acabar, quero pegar meu marido pelo braço e sair por aí com ele. Não me imagino tendo carreira política.”

Ela também contou que cuida da saúde do presidente: incentiva caminhadas, tenta diminuir o consumo de café e evita que Lula passe muito tempo sentado.

O Carioca esclarece

Por que isso importa?
A entrevista de Janja escancara a misoginia estrutural que silencia mulheres em espaços de poder — inclusive quando ocupam a função de primeira-dama.

Quem são os envolvidos?
Rosângela Lula da Silva, Michelle Bolsonaro, Lula, Xi Jinping e o TikTok estiveram no centro das falas e polêmicas discutidas.

Qual o impacto no Brasil e no mundo?
As falas de Janja repercutem em temas como liberdade de expressão, diplomacia presidencial, regulação das redes e violência política de gênero.

Como isso afeta a democracia, os direitos ou o meio ambiente?
O silenciamento de vozes femininas, sobretudo em cargos simbólicos de poder, fragiliza o debate democrático e normaliza discursos misóginos.

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