A cientista-chefe da Colossal Biosciences, empresa responsável pelo projeto de “desextinguir” lobos-terríveis, afirmou que os exemplares desenvolvidos em laboratório pertencem, na verdade, a outra espécie de animal.
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De acordo com Beth Shapiro, os três filhotes geneticamente modificados tratam-se de lobos-cinzentos (Canis lupus), com algumas edições genéticas. A pesquisadora ressalta que os animais são chamados de lobos-terríveis apenas “coloquialmente”.
“Não é possível trazer de volta algo idêntico a uma espécie que já existiu. Nossos animais são lobos-cinzentos com 20 edições clonadas”, destacou a cientista em entrevista à New Scientist.
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Comunicado oficial da Colossal
A mais recente declaração de Shapiro apresenta inconsistências em relação ao comunicado oficial divulgado pela empresa em abril deste ano. Na ocasião, a Colossal anunciou o nascimento de Romulus, Remus e Khaleesi, referindo-se a eles como lobos-terríveis.
“A Colossal Biosciences, a única empresa de desextinção do mundo, anuncia hoje o renascimento do extinto lobo-terrível, o primeiro caso de desextinção bem-sucedida do mundo”, escreveu a companhia na época.
“Nossa equipe coletou DNA de um dente de 13.000 anos e de um crânio de 72.000 anos e criou filhotes saudáveis de lobo-terrível”, celebrou Ben Lamm, CEO da Colossal em comunicado.

Críticas e respostas
Cientistas que integram o Grupo de Especialistas em Canídeos (CSG) da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) divulgaram, poucos dias após o anúncio da Colossal, um comunicado afirmando que os lobos-cinzentos geneticamente modificados não são lobos-terríveis.
“Os três animais produzidos pela Colossal não são lobos-terríveis. Tampouco são substitutos do lobo-terrível, segundo os princípios orientadores da IUCN SSC sobre espécies extintas para fins de conservação”, destacaram os especialistas na época.
Em resposta, a Colossal divulgou uma nota na rede social X afirmando que manteria a decisão de chamar os três filhotes com genes modificados em laboratório de lobos-terríveis.
“Nosso objetivo é que as ferramentas de edição genética desenvolvidas e demonstradas pelo projeto do lobo-terrível sejam uma adição útil ao nosso conjunto de práticas de conservação”, pontuou a empresa.
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