Procurando Nemo impressionou pela surpreendente precisão científica ao retratar a vida subaquática. Ambientado na Grande Barreira de Corais, o filme apresenta espécies reais e comportamentos que, em grande parte, são coerentes com o que a ciência conhece sobre os oceanos. No entanto, há um ponto que contradiz a biologia e pode arruinar a sua infância.
Confira na lista abaixo!
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1. Marlin e Nemo são peixes-palhaço reais
Marlin e Nemo são da espécie Amphiprion ocellaris, o peixe-palhaço-comum, nativo da Grande Barreira de Corais. Esses peixes vivem em simbiose com anêmonas-do-mar, usando o muco protetor do corpo para resistir às toxinas dos tentáculos. Visualmente, o filme acerta em cheio: coloração laranja brilhante com três listras brancas contornadas por preto em seus corpos.
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2. A reprodução dos peixes-palhaço é numerosa
No início do filme, Coral, a mãe de Nemo, cuida de centenas de ovos. Isso está biologicamente correto: os peixes-palhaço depositam entre 100 e 1.000 ovos por vez, geralmente perto de anêmonas ou corais, como mostrado na cena inicial da famosa animação de Pixar e Disney.
3. O tubarão Bruce tem múltiplas fileiras de dentes

O tubarão Bruce é retratado com várias fileiras de dentes, o que corresponde à realidade. Espécies como o tubarão-branco possuem cerca de 300 dentes em constante substituição.
A única licença criativa foi imaginar Bruce e seus amigos tubarões como sociáveis, quando, na verdade, a maioria desses animais prefe caçar sozinhos.
4. O peixe-pescador realmente usa uma isca luminosa
Na cena em que Dory é atraída por uma luz no fundo do oceano, vemos um Peixe-pescador-das-profundezas (Melanocetus sp.), conhecido por seu apêndice luminoso usado para atrair presas. A representação visual é bastante fiel, inclusive essa famosa isca luminosa que atraiu a Dory.
5. As trincheiras oceânicas existem e são perigosas
Quando Marlin e Dory são aconselhados a atravessar uma trincheira para evitar águas-vivas, o filme acerta em retratar essas formações como estruturas profundas, escuras e potencialmente perigosas, causadas por movimentos tectônicos de placas no fundo do oceano.
6. O muco do peixe-palhaço protege contra águas-vivas
Na cena em que Marlin e Dory enfrentam uma floresta de águas-vivas, Marlin sobrevive a várias picadas. Isso é plausível, pois o muco especial que protege o peixe-palhaço de anêmonas também pode oferecer certa resistência às toxinas de medusas, que pertencem ao mesmo filo: os cnidários.
7. A Corrente da Austrália Oriental é real
Crush, a tartaruga marinha, guia Marlin e Dory pela Corrente da Austrália Oriental, um fenômeno verdadeiro que transporta grandes volumes de água pela costa leste australiana. Embora o filme exagere na velocidade, peixes realmente podem “surfar” na correnteza.
8. O “baleiês” existe

A tentativa de Dory de “falar baleiês” imitando sons graves é mais real do que parece. Baleias, como os cachalotes e baleias-azuis, usam ondas sonoras e cliques para se comunicar e se orientar — um comportamento conhecido como ecolocalização.
Um estudo já mostrou que o canto das baleias é tão eficiente quanto a fala humana.
9. Mergulhadores podem prejudicar os ecossistemas marinhos
O dentista Dr. Sherman captura Nemo para colocá-lo em um aquário, ignorando os efeitos de sua ação. Isso reflete um problema real: a coleta não regulamentada de animais marinhos prejudica o ecossistema, especialmente em regiões vulneráveis.
O erro: se a mãe de Nemo morresse, Marlin viraria fêmea
Aqui está um deslize científico de Procurando Nemo: na natureza, os peixes-palhaço vivem em hierarquias lideradas por uma fêmea dominante. Quando essa fêmea morre, o macho se transforma em fêmea. Se Coral morresse, Marlin (o pai) se tornaria a nova “mãe” de Nemo.
Embora isso possa parecer estranho, é uma estratégia biológica eficiente de reprodução. O filme ignora completamente esse detalhe, que muitos usuários recentemente brincaram no Reddit com o fato de que “destruiu a infância”.
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