Brasília – O jogo sujo das redes sociais segue fazendo vítimas. MC Mirella e Dynho Alves enfrentam mais uma invasão de privacidade após um novo vídeo íntimo do casal circular nas plataformas X (antigo Twitter) e em grupos de Telegram. É o segundo episódio de vazamento envolvendo os dois em menos de dois meses — um golpe direto na proteção de dados e na autonomia de quem produz conteúdo adulto de forma legal e consensual.
As imagens, originalmente publicadas na plataforma Privacy, onde MC Mirella lidera o ranking de assinaturas há quatro meses, foram repassadas sem autorização. Pior: há usuários cobrando para redistribuir o conteúdo em canais clandestinos, um tipo de crime digital que já virou rotina, mas continua sendo tratado com descaso pelas plataformas e pelas autoridades.
O mesmo roteiro, dois meses depois
A funkeira, que atualmente participa do reality show “Rancho do Maia”, gravado em Alagoas, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o novo vazamento. Em março, quando o primeiro vídeo do casal veio à tona fora da plataforma original, Mirella demonstrou tranquilidade, mas não omissão. “Quem trabalha com plataforma adulta sabe que isso, às vezes, acontece”, disse à época.
Mesmo assim, ela acionou sua equipe jurídica para tentar localizar os responsáveis e derrubar os links. “Estamos bem tranquilos. Se uma pessoa chegou a ver, é porque ela foi procurar e encontrou. Esse vídeo está no meu canal fechado para assinantes”, explicou, numa fala que evidencia o grau de exposição consentida — mas não pública — da artista.
Mercado adulto legalizado, mas sem proteção
MC Mirella é uma das principais criadoras de conteúdo adulto no Brasil hoje. Seu perfil no Privacy é uma das maiores fontes de renda da artista e, como em outras plataformas como OnlyFans, o material é protegido por contrato de exclusividade com os assinantes. O que se espalha fora desses ambientes não é só um ato de pirataria, mas uma violação de intimidade com potencial para abalar emocional e juridicamente qualquer criador.
No entanto, a impunidade digital reina. Os vazamentos continuam a ocorrer com a complacência das redes sociais, que demoram — ou se recusam — a derrubar os conteúdos. Enquanto isso, artistas como Mirella e Dynho são expostos sem consentimento, e seus vídeos são transformados em moeda no mercado paralelo da pornografia amadora.
Vazar é crime, mas quem pune?
De acordo com a Lei Carolina Dieckmann, o compartilhamento de conteúdos íntimos sem autorização é crime. O problema é que a responsabilização costuma ser lenta e ineficiente. Em muitos casos, os autores sequer são identificados. Enquanto isso, os danos à imagem e à saúde mental das vítimas já estão feitos — e, pior, amplificados por um algoritmo que privilegia o escândalo e ignora a ética.
Dynho Alves também ainda não se pronunciou sobre o novo episódio, mas é certo que a dupla voltará a acionar advogados. O ciclo é repetitivo: vazamento, silêncio, reação jurídica, indignação pública e… esquecimento. Até que aconteça de novo.
Num país em que a privacidade virou luxo e as redes funcionam como vitrines de pornografia não autorizada, a pergunta que fica é: até quando as plataformas lucrarão com a exposição alheia?
O Carioca esclarece
Quem são MC Mirella e Dynho Alves?
São artistas do funk e influenciadores digitais. Mirella é uma das maiores criadoras de conteúdo adulto no Privacy e está participando do reality “Rancho do Maia”.
O que é a plataforma Privacy?
É uma rede de conteúdo adulto por assinatura, semelhante ao OnlyFans, onde criadores publicam vídeos e fotos exclusivos para seus seguidores pagos.
Por que o vazamento é ilegal?
Porque viola direitos de imagem e privacidade. O compartilhamento sem consentimento fere a legislação brasileira, especialmente a Lei Carolina Dieckmann.
Como isso afeta o debate sobre direitos digitais?
Expõe o despreparo das autoridades e das redes sociais em lidar com crimes digitais e reforça a necessidade de regulamentação e punição efetiva para proteger criadores e usuários.