Um caso impressionante está chamando a atenção do mundo. Olivia Farnsworth, uma menina natural de Huddersfield, na Inglaterra, nasceu com uma rara condição genética conhecida como “deleção no cromossomo 6”. Como resultado, ela não sente fome, dor, não tem medo e tampouco sente cansaço.
O caso foi noticiado pelo jornal inglês Daily Mail e vem sendo descrito como algo digno de um filme de ficção científica.
Sintomas surgiram ainda na infância
Segundo a mãe de Olivia, Niki Trepak, os sinais começaram quando a menina tinha apenas alguns meses de vida. “Ela não chorava como os outros bebês e, aos nove meses, parou de dormir durante o dia”, relata. Outro aspecto curioso é que os cabelos de Olivia só começaram a crescer após os quatro anos de idade.
Além dessas características, Olivia não possui senso de perigo. A mãe lembra de um episódio marcante: “Ela foi atropelada e arrastada por um carro enquanto brincava em frente à nossa casa. Mesmo com vários ferimentos, levantou-se e veio caminhando até mim, sem chorar”.
Deleção no cromossomo 6 explica parte do fenômeno
A condição rara de Olivia é causada por uma deleção no cromossomo 6, segundo especialistas. De acordo com a citogeneticista Betânia Pena, do laboratório Gene, todos os seres humanos possuem 23 pares de cromossomos, totalizando 46. A deleção ocorre quando há perda de uma parte do material genético de um desses cromossomos.
“O motivo geralmente é hereditário. Problemas cromossômicos não são raros, mas, na maioria das vezes, causam abortos espontâneos, impedindo o desenvolvimento do feto”, explica Betânia Pena.

Alterações genéticas podem causar perda de sentidos
No caso raro de Olivia, a criança nasceu, apesar da deleção, mas perdeu sentidos básicos. “Quando alguns genes importantes são deletados, há perda de funções como dor, fome ou medo”, acrescenta a especialista.
Contudo, a citogeneticista destaca um ponto de atenção: geralmente, deleções no cromossomo 6 resultam em problemas mais severos, como deficiências mentais graves. “É surpreendente ver a menina frequentando escola e realizando atividades normais. Em casos assim, geralmente, há limitações severas”, avalia.
Um caso raro que desafia a medicina
O caso de Olivia Farnsworth surpreende e desafia a medicina genética, gerando discussões sobre os limites do conhecimento científico. Enquanto segue a vida com algumas limitações, Olivia é considerada pela imprensa internacional como a “menina biônica” por conta de suas características únicas.
Especialistas seguem estudando casos como o de Olivia para entender melhor os efeitos e as possibilidades de tratamentos em pessoas com alterações cromossômicas raras.