São Gonçalo – O clássico entre Vasco e Fluminense nem tinha começado quando a violência já dava as caras do lado de fora dos gramados. Na manhã deste sábado (24 de maio), uma briga entre torcidas organizadas no bairro Trindade, em São Gonçalo, resultou em três pessoas feridas. Em pleno espaço público, um dos envolvidos resolveu transformar sua motocicleta em arma: avançou contra os rivais, atropelando os torcedores.
O caso ocorreu por volta das 10h, na Praça Leonor Corrêa, e mobilizou equipes do Corpo de Bombeiros, que prestaram socorro às vítimas e as encaminharam ao Hospital Estadual Alberto Torres, no bairro Colubandê. Até o momento, as identidades dos feridos não foram divulgadas, e o estado de saúde também segue em sigilo.
Polícia confirma atropelamento durante tumulto
Segundo a Polícia Militar, o 7º BPM de São Gonçalo foi acionado para o que inicialmente parecia ser um acidente de trânsito. Mas, ao chegar ao local, os agentes se depararam com uma confusão generalizada envolvendo torcedores de torcidas organizadas rivais.
Durante o tumulto, um homem usou uma motocicleta para atropelar outros torcedores. A corporação informou que o autor foi contido por populares, o que impediu uma tragédia maior. A ocorrência, porém, escancara mais uma vez como a violência no futebol segue sem freios — e pior, invadindo espaços urbanos e colocando a população em risco.
Polícia Civil ainda não se pronunciou
Procurada pela imprensa, a Polícia Civil ainda não deu retorno sobre a ocorrência. Não se sabe se o autor do atropelamento foi preso, se permanece sob custódia ou se já foi identificado formalmente pelas autoridades.
Enquanto isso, os feridos seguem internados e familiares ainda aguardam informações oficiais. A sensação de impunidade se soma ao sentimento de insegurança crescente nas cidades fluminenses, onde ações de torcidas organizadas já não se restringem aos estádios.
Clássico carioca sob tensão
O episódio violento antecedeu o confronto entre Vasco e Fluminense pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro, marcado para as 18h30 no Maracanã. O clima, que deveria ser de rivalidade esportiva, virou mais uma demonstração do fracasso das autoridades em coibir a violência organizada travestida de paixão por futebol.
Este não é um caso isolado. Relatórios recentes apontam para um aumento nos confrontos entre torcidas em áreas urbanas antes dos jogos, especialmente em regiões periféricas como São Gonçalo. A falta de policiamento preventivo, combinada com o crescimento de facções infiltradas nas organizadas, transforma cada clássico em uma bomba-relógio.
Quando a paixão vira barbárie
Enquanto clubes seguem lucrando com bilheteria, publicidade e transmissões, torcedores seguem ferindo – e às vezes matando – uns aos outros. A banalização da violência ligada ao futebol é tratada por muitos dirigentes com condescendência, como se fosse parte do “espírito do jogo”.
Mas a realidade é mais dura: sem punições exemplares, sem políticas públicas de prevenção e sem ação coordenada das instituições, o futebol vira palco de guerra. E a guerra, como se sabe, raramente poupa inocentes.
O Carioca esclarece
Quem foi atropelado na briga entre Vasco e Fluminense?
As três vítimas são homens, socorridos pelo Corpo de Bombeiros e levados ao Hospital Alberto Torres. Seus nomes e estados de saúde ainda não foram divulgados.
Quem foi o responsável pelo atropelamento?
Segundo a Polícia Militar, um dos envolvidos usou uma motocicleta para atingir outros torcedores. Ele foi contido por populares, mas a Polícia Civil ainda não informou se houve prisão.
Como a briga entre torcidas afeta a segurança pública?
Conflitos como esse extrapolam os estádios e colocam moradores e transeuntes em risco, tornando áreas urbanas reféns de disputas violentas.
O que está sendo feito para conter a violência entre torcidas organizadas?
Pouco. Faltam políticas públicas efetivas, repressão qualificada e responsabilização de dirigentes. A impunidade reina enquanto a violência se espalha.