Tubarões rondam praias do Rio de Janeiro e governo emite alerta

Rio de Janeiro – A presença crescente de tubarões no Rio de Janeiro virou motivo de alerta oficial. Depois de uma sequência de registros envolvendo espécies como galha-preta, tubarão-martelo e tubarão-mako, o Governo do Estado resolveu intervir, publicando orientações de segurança para banhistas e surfistas nas principais praias fluminenses.

Nos últimos dias, as cenas pareciam saídas de um documentário da National Geographic. O primeiro sinal veio de Angra dos Reis, na Baía da Ilha Grande, onde banhistas registraram um grupo de tubarões galha-preta nadando próximo à costa. Em seguida, no domingo, 18 de maio, a movimentada praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste da capital, virou palco de um susto em plena aula de surfe: um imponente tubarão-martelo apareceu entre as ondas, forçando a saída imediata dos praticantes.

Como se não bastasse, na terça-feira, 20, outro episódio chamou a atenção: um tubarão mako foi filmado nadando próximo a uma moto aquática, também na Barra, o que ampliou a comoção e gerou uma onda de especulações nas redes sociais.

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Governo publica recomendações e cartilha digital

Diante da sequência de aparições, a Secretaria Estadual do Ambiente e Sustentabilidade decidiu agir. Uma cartilha ilustrada foi divulgada nas redes sociais do governo com instruções básicas sobre o que fazer — e o que não fazer — em caso de encontro com tubarões.

“Se estiver no mar, saia da água com calma. O tubarão está em seu habitat natural e não costuma atacar humanos”, diz o comunicado.

A orientação é evitar movimentos bruscos, sair de costas lentamente e não provocar o animal. As autoridades também pedem atenção a algumas regras de segurança que podem evitar tragédias.

Como evitar encontros perigosos com tubarões

A cartilha elaborada pelo governo traz uma série de orientações simples, mas eficazes, especialmente para quem frequenta praias conhecidas por surf e mergulho. Entre os principais pontos:

  • Bandeiras roxas indicam a possível presença de tubarões ou outros animais perigosos. Ao vê-las, evite entrar no mar.
  • Amanhecer e entardecer são horários críticos, pois os tubarões tendem a ser mais ativos nesse período.
  • Evite nadar perto de cardumes ou em áreas de pesca. A movimentação dos peixes pode atrair os predadores.
  • Não use objetos brilhantes nem roupas coloridas e chamativas. O reflexo e o contraste podem confundir o tubarão.
  • Nade em grupo e, sempre que possível, em praias com presença de guarda-vidas e movimentação de pessoas.

Mudança de comportamento ou desequilíbrio ambiental?

Apesar de não haver registros de ataques recentes, o aumento na frequência das aparições levanta hipóteses sobre desequilíbrios no ecossistema marinho. Especialistas em oceanografia alertam que mudanças na temperatura da água, poluição costeira e escassez de alimento em alto-mar podem estar empurrando os animais para áreas mais próximas à costa.

“A presença desses animais em zonas urbanas pode indicar alterações importantes no ciclo ecológico, e não deve ser tratada como uma simples anomalia”, explica o biólogo marinho Pedro Malheiros, da UFRJ.

Impactos no turismo e clima de alerta

Praias como a da Barra da Tijuca e as ilhas de Angra dos Reis são destinos turísticos populares, o que aumenta a preocupação com a segurança de quem visita o litoral. A associação dos instrutores de surfe da capital já se reuniu com autoridades estaduais para pedir mais sinalização e patrulhamento em pontos críticos.

O alerta, no entanto, não é motivo para pânico. Segundo o Instituto Estadual do Ambiente, nenhum ataque foi registrado até o momento. A recomendação geral é de cautela e respeito ao habitat marinho.

Um lembrete: o oceano é deles

Embora vídeos viralizem e manchetes dramatizem, o fato é que tubarões não são os vilões de filme B que tanto nos ensinaram a temer. Eles cumprem um papel vital no equilíbrio dos mares e, na maioria das vezes, evitam contato com humanos.

Se há algo que a natureza tenta nos dizer com essas aparições é: o oceano tem dono, e não somos nós. E talvez o verdadeiro predador, neste cenário, continue sendo a nossa própria interferência no equilíbrio ambiental.


O Carioca esclarece

O que motivou o alerta sobre tubarões no Rio de Janeiro?
O alerta foi emitido após registros recentes de tubarões-martelo, mako e galha-preta em praias turísticas do estado, especialmente em Angra dos Reis e Barra da Tijuca.

Quais as principais recomendações do governo?
Evitar nadar em horários críticos, não entrar no mar próximo a cardumes ou áreas de pesca, e sair da água com calma em caso de avistamento.

Os tubarões oferecem risco real aos banhistas?
Até o momento, não há ataques registrados. As aparições, porém, exigem cautela e respeito ao espaço natural dos animais.

O que pode estar causando o aumento nas aparições?
Especialistas apontam desequilíbrios ambientais, como mudanças climáticas, poluição e pesca predatória como fatores que empurram tubarões para áreas costeiras.

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