Com um simples papel preso ao carrinho de bebê, uma mãe deu voz a um incômodo silencioso que muitas famílias enfrentam: o hábito de desconhecidos tocarem em crianças pequenas. A mensagem direta — “Não encoste nos bebês” — foi registrada em vídeo e publicada no Instagram da mãe Nina Pintan, onde rapidamente viralizou e dividiu opiniões. Assista o vídeo aqui.
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“Gêmeos geram curiosidade, eu entendo. Sempre que saio com eles, chama atenção. Mas as pessoas têm esse impulso de já chegar encostando”, conta a mãe ao Metrópoles. Clarice e Eduardo, que completam um ano na próxima semana, são os protagonistas dessa história que começou com um episódio aparentemente comum no dia a dia da família.
A ideia da placa no carrinho
O estopim veio durante uma ida ao mercado. “Estava na fila e uma senhora começou a brincar, até aí tudo bem. Mas logo encostou na mão da Clarice. Fiquei tão irritada que deixei as frutas e fui embora. Não consegui me posicionar na hora, fiquei frustrada.”
Dois dias depois, ainda frustrada, ela decidiu agir de forma prática: usou apenas papel, caneta e fita adesiva. Escreveu o recado, prendeu no carrinho, fez o vídeo e foi às compras. “Eu pensei: se preciso chegar a esse ponto, vou. E funcionou. Uma mulher elogiou, outra comentou que as pessoas realmente tocam sem pensar.”
A publicação no Instagram ganhou força rapidamente. “Muita gente achou exagero. Disseram que eu coloco meus filhos numa bolha. Mas não é isso. Criança precisa viver, brincar, cair, mas também precisa entender — e ser ensinada — que ninguém pode tocar no corpo dela sem permissão.”
Nina e os filhos Clarice e Eduardo
Além da preocupação com doenças, especialmente em um momento de alta circulação de vírus, a psicóloga ressalta que o gesto é educativo. “Quero ensinar aos meus filhos que eles têm limites e que os outros também têm. Se eu fico calada quando alguém invade o espaço deles, como vou ensinar isso?”
Para ela, a reação intensa ao vídeo reflete um choque entre gerações. “Antes era comum pegar no bebê, visitar recém-nascido no hospital. Hoje, as famílias pensam diferente. E tudo bem que nem todo mundo entenda — mas é preciso respeitar.”
A psicóloga reforça que ser mãe é, por vezes, conviver com julgamentos. “Muita gente achou absurdo eu, como psicóloga, ter me irritado e feito a placa. Porém, eu sou um ser humano, cansada, vivendo a maternidade intensamente. Às vezes, a paciência acaba”, finaliza.