A disputa entre duas gigantes do software virou caso de polícia. Especializadas em sistemas de gestão hospitalar, Bionexo e GTPlan trocam acusações graves, como pirataria, espionagem e roubo de informações confidenciais.
Na última semana, agentes da Polícia Civil do Estado de São Paulo cumpriram mandados de busca e apreensão na sede da Bionexo e na casa do ex-diretor comercial da empresa, Paulo Cesar de Carvalho. A operação investiga prática de concorrência desleal e violação de segredo profissional.
No centro do embate está, justamente, Paulo Cesar de Carvalho. O empresário era sócio da GTPlan, mas deixou a companhia para assumir a direção da rival: a Bionexo. A GTPlan afirma, dentro do inquérito policial, que na concorrência Paulo Cesar “roubou” clientes e funcionários e tentou acessar documentos sigilosos.
“Após sua saída da GTPlan, o Sr. Paulo iniciou um processo sistemático de assédio aos funcionários da empresa (CLTs e Sócios), com o objetivo de induzi-los a migrar para a Bionexo S.A. Esse comportamento não só desestabiliza a equipe da GTPlan como também visa enfraquecer a empresa, privando-a de seus talentos e conhecimentos acumulados”, diz o documento.
O inquérito também aponta que “Paulo, 10 dias após sua saída, tentou acessar a base de dados de contratos comerciais assinados pelas empresas do Grupo, no qual estão inseridas informações estratégicas como: cadastros de clientes, contatos comerciais, preços praticados, datas de vigência e condições comerciais negociadas violando assim o sigilo da empresa”.
Durante a operação, a polícia apreendeu um notebook, um celular e um HD externo na casa de Paulo César. Na sede da Bionexo, foi recolhido um pendrive.
Para a Bionexo, no entanto, as acusações são uma “resposta” da GTPlan à outra denúncia: de pirataria. “Nosso entendimento é que este caso tem correlação direta com o processo movido pela Bionexo contra a concorrente por pirataria de propriedade intelectual e que as atuais alegações constituem uma tentativa de retaliação”, afirmou a empresa em nota.
A Bionexo também informou que Paulo Cesar de Carvalho não faz mais parte do corpo de funcionários da empresa. A defesa do executivo não foi localizada. O espaço para eventuais manifestações segue aberto.