Servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) se manifestaram após o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno prestarem depoimento ao ministro Alexandre de Moraes no STF.
A manifestação ocorre porque, ao responder uma pergunta de seu próprio advogado, general Heleno afirmou que “não havia clima” para usar a Abin para produzir relatórios com informações falsas sobre urnas eletrônicas.
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Para a Intelis, associação que reúne os servidores de carreira da Abin, a declaração de Heleno reforça um manifesto divulgado pela própria agência, em julho de 2022, antes da eleição, no qual a instituição defendeu a segurança das urnas eletrônicas.
A posição da Abin
Segue a nota divulgada pela Abin nesta quarta-feira (11/6):
“Diante dos depoimentos prestados nos últimos dias ao Supremo Tribunal Federal pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e ex-integrantes de seu governo, a Intelis – União dos Profissionais de Inteligência de Estado da ABIN reitera seu posicionamento firme e transparente: os servidores da Agência agem com seriedade, compromisso com a legalidade e respeito absoluto à Constituição.
Os depoimentos reforçaram o que a Intelis já havia afirmado desde o período eleitoral de 2022: as urnas eletrônicas são seguras, confiáveis e não houve qualquer registro de fraude em sua utilização. Trata-se de um sistema consolidado há mais de duas décadas e reconhecido por sua integridade por instituições nacionais e internacionais.
A atuação dos profissionais da ABIN foi — e continua sendo — fundamental nesse processo. Ao longo da história do voto eletrônico no Brasil, esses servidores têm prestado apoio técnico qualificado à Justiça Eleitoral, especialmente no desenvolvimento e aperfeiçoamento de sistemas criptográficos e de assinatura digital.”
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A fachada da sede da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin, em Brasília
Antonio Cruz/Agência Brasil2 de 2
Polícia Federal apreendeu aparelhos eletrônicos de Cristiano Ribeiro, demitido da Abin por vazar dados
Hugo Barreto/Metrópoles
“Esses mecanismos asseguram a autenticidade, confidencialidade e inviolabilidade dos dados e programas das urnas eletrônicas. Esse conjunto de tecnologias, somado à expertise dos servidores, compõe um ecossistema de segurança que tem resistido com êxito a sucessivos testes públicos conduzidos por órgãos independentes, conforme reconhece o próprio Tribunal Superior Eleitoral.
Como servidores públicos de um órgão de Estado essencial à proteção dos interesses estratégicos da Nação, reafirmamos nosso compromisso com o Estado Democrático de Direito, com a Constituição da República e com a defesa inegociável dos direitos e garantias dos cidadãos.”