EUA lavam as mãos: por que Israel decidiu atacar o Irã sozinho?

12 de junho de 2025, Washington — Em meio à escalada militar mais grave do Oriente Médio na década, os Estados Unidos tentam manter distância dos ataques lançados por Israel contra o Irã, mesmo enquanto alertam Teerã para que não retalie alvos norte-americanos na região.

A declaração veio do próprio Secretário de Estado, Marco Rubio, horas após o governo de Benjamin Netanyahu ordenar bombardeios considerados “preventivos” em território iraniano.

A tensão, que já vinha se agravando desde os ataques anteriores ao consulado iraniano na Síria, atinge agora um ponto de inflexão, com o fechamento do espaço aéreo de Israel, sirenes em Jerusalém e expectativa de retaliação “iminente”.

Rubio: “Israel agiu sozinho”

Em pronunciamento oficial divulgado na noite desta quinta-feira (12), o secretário Marco Rubio negou qualquer participação direta dos Estados Unidos nos bombardeios israelenses. “Israel tomou medidas unilaterais contra o Irã. Não estamos envolvidos. Nossa prioridade é proteger as forças americanas na região”, afirmou. Ainda segundo Rubio, o presidente Donald Trump está em contato com “parceiros regionais” e qualquer tentativa iraniana de atingir tropas ou interesses norte-americanos terá resposta proporcional.

O Irã não deve ter como alvo interesses ou pessoal dos EUA”, frisou o secretário — uma ameaça diplomática velada, que mantém a tensão em ebulição.



Tel Aviv ataca, Teerã reage

Israel confirmou oficialmente que lançou ataques aéreos contra alvos militares iranianos, incluindo instalações nucleares estratégicas, segundo fontes ouvidas pela CNN Internacional. O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, foi direto: “Após nosso ataque preventivo, esperamos uma reação com mísseis e drones por parte do Irã contra civis israelenses.”

As sirenes antiaéreas voltaram a soar em Jerusalém e o país permanece em estado de emergência nacional. Escolas, reuniões públicas e setores não essenciais foram suspensos. O espaço aéreo foi fechado às 03h, horário local.

No Irã, a agência estatal IRNA confirmou múltiplas explosões em Teerã e o cancelamento de voos no principal aeroporto do país, Imam Khomeini.

Por que Israel age agora — e sozinho?

Segundo fontes militares consultadas pela Al Jazeera e Haaretz, a ofensiva israelense tem como alvos principais: instalações nucleares, armazéns de mísseis e centros de comando do exército da Guarda Revolucionária do Irã. Mas há também uma motivação política por trás do ataque: o enfraquecido governo de Netanyahu tenta retomar protagonismo regional e conter a pressão interna por conta dos protestos contra sua política ultranacionalista.

O Diário Carioca apurou que há divisões dentro do próprio comando de defesa de Israel sobre a eficácia da ação sem o envolvimento direto dos EUA. “Existe um risco concreto de que a retaliação iraniana seja desproporcional e atinja alvos civis”, alerta o analista de segurança Amir Tibon, do think tank INSS.

E o Brasil? Silêncio de Brasília diante do caos

Até o momento, o Itamaraty não se pronunciou sobre os ataques. O silêncio do governo Lula tem gerado críticas de parlamentares progressistas e da comunidade diplomática. A oposição, por sua vez, tenta usar o episódio para reforçar a agenda de reaproximação com Washington, apesar do atual distanciamento entre os governos.

Israel e Irã trocam acusações há décadas, mas essa escalada representa uma nova era de confrontos diretos, com impacto global.

O Diário Carioca continuará acompanhando os desdobramentos com atualizações em tempo real.

O Carioca Esclarece

A atual crise entre Israel e Irã foi catalisada pelo ataque israelense ao consulado iraniano em Damasco, há duas semanas, que matou comandantes da Guarda Revolucionária. Desde então, o Irã prometeu “resposta total” — e agora se aguarda a concretização dessa ameaça.

FAQ

1. Os EUA estão realmente fora da ofensiva contra o Irã?
Segundo o secretário Marco Rubio, sim. Os Estados Unidos teriam apenas sido informados previamente por Israel, sem participação direta na ação. Fonte: CNN

2. O Irã já retaliou o ataque de Israel?
Até o momento, não houve confirmação de resposta militar direta do Irã, mas explosões foram registradas em Teerã e espera-se uma reação nos próximos dias.

3. Qual o objetivo de Israel com o ataque?
Neutralizar possíveis avanços nucleares iranianos e enviar uma mensagem de força. Especialistas acreditam que também há motivação política interna por parte do governo Netanyahu.

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