Inflação na Argentina desacelera para 1,5% em maio, a menor em 5 anos

A inflação da Argentina desacelerou em maio deste ano e atingiu o nível mais baixo para um mês desde 2020, segundo dados divulgados nessa quinta-feira (12/6) pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec).

O que aconteceu

  • O indicador ficou em 1,5% no mês passado, perdendo força em relação aos 2,8% registrados em abril.
  • No acumulado de 12 meses, a inflação argentina foi de 43,5%, também abaixo dos 47,3% do mês anterior.
  • De acordo com os dados divulgados pelo Indec, o setor que registrou a maior alta de preços foi o de comunicação, com 4,1%.
  • Na sequência, aparecem restaurantes e hotéis (3%), saúde (2,7%), bens e serviços diversos (2,6%) e habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis (2,4%).

Queda da inflação sob Milei

No começo do ano passado, a inflação acumulada em 12 meses na Argentina beirava os 300%. Durante o governo ultraliberal do presidente Javier Milei, o índice anual recuou para os dois dígitos.

Após a divulgação dos números, Milei, que vem impondo uma dura política fiscal no país, usou as redes sociais para comemorar o resultado.

“A inflação é sempre e em todo lugar um fenômeno monetário gerado por um excesso de oferta de dinheiro. Seja porque a oferta aumenta, a demanda cai ou ambos ao mesmo tempo, isso faz com que o dinheiro perca poder de compra e que os preços em dinheiro subam”, escreveu Milei.

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Acordo com FMI e Banco Mundial

Em abril dese ano, o Fundo Monetário Internacional (FMI) confirmou um acordo com o governo da Argentina que prevê um empréstimo de US$ 20 bilhões. Na ocasião, o Banco Mundial também anunciou a liberação de um pacote de US$ 12 bilhões para o país.

De acordo com a instituição financeira, o aporte visa a contribuir com as reformas econômicas implementadas pelo governo argentino, além de impulsionar a geração de empregos no país.

Segundo a instituição, o pacote representa “um forte voto de confiança nos esforços do governo para estabilizar e modernizar a economia”.

Desde então, governo argentino vem utilizando os novos recursos para quitar dívidas do Tesouro junto ao Banco Central, buscando reduzir o endividamento e dar mais previsibilidade ao mercado financeiro.

“Quebramos o último elo da corrente que nos mantinha presos. Eliminamos o controle cambial para sempre”, afirmou Milei, na época, em um vídeo de 22 minutos de duração, gravado diretamente da Casa Rosada.

No mesmo dia, o governo argentino anunciou o fim das restrições para a compra de dólares por pessoas físicas – o chamado controle cambial. Assim, depois de 6 anos de vigência dessa política (estabelecida ainda no governo do ex-presidente Mauricio Macri, em 2019), os argentinos não precisam mais seguir o limite de US$ 200 para compra de divisas no mercado oficial de câmbio.

Desde 14 de abril, é possível comprar dólares sem restrições ou limites no mercado oficial. A cobrança de imposto sobre essas operações também foi eliminada – ela continua valendo apenas para turismo e gastos com cartão no exterior.

FMI vê Argentina “na direção correta”

Também em abril, a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou que a política econômica levada a cabo pelo governo Milei está indo “na direção correta”.

Em entrevista coletiva na abertura de uma reunião do FMI, Georgieva elogiou o forte ajuste fiscal promovido pelo governo Milei e defendeu reformas econômicas, regulatórias e comerciais para impulsionar o crescimento global.

Segundo a diretora-geral do FMI, a tendência é a de que o Produto Interno Bruto (PIB) argentino termine 2025 registrando um avanço de 5% em relação ao ano anterior. “Mas é claro que isso dependerá dos efeitos das tensões globais”, ponderou.

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