Tel Aviv, 15 de junho de 2025 – Subiu para 10 o número de mortos após uma série de ataques com mísseis lançados pelo Irã contra Israel, na noite de ontem. A ofensiva, que atingiu principalmente comunidades árabes dentro do território israelense, expôs, mais uma vez, a desigualdade estrutural no país quando se trata de segurança e proteção civil.
Seis pessoas morreram na cidade costeira de Bat Yam, localizada na região central de Israel, após um míssil atingir diretamente um prédio residencial, segundo a organização de busca e resgate ZAKA.
No norte do país, na cidade de Tamra, uma comunidade majoritariamente palestino-israelense, quatro pessoas foram mortas quando outro míssil atingiu um prédio.
A tragédia escancarou uma realidade incômoda. Moradores de Tamra e de outras cidades árabes dentro de Israel denunciam há anos a falta de abrigos, proteção civil e infraestrutura mínima para enfrentar situações de conflito.
“Nossas cidades não têm abrigos. Isso significa que os foguetes caem literalmente sobre nossas cabeças”, relatou um morador de Tamra à CNN.
Segundo a Associação pelos Direitos Civis em Israel, inúmeras cidades árabes sofrem com ausência de abrigos públicos, instalações de proteção em escolas e estruturas de emergência, o que amplia a vulnerabilidade dessas populações.
Enquanto isso, as Forças de Defesa de Israel (IDF) responderam com uma ofensiva devastadora: mísseis foram lançados contra a sede do Ministério da Defesa do Irã, em Teerã, além de depósitos estratégicos de combustível.
A escalada da violência incluiu também a morte de um soldado israelense na Faixa de Gaza, elevando o total de mortes em Israel para 13 pessoas desde o início da ofensiva, na sexta-feira (13).
A imprensa iraniana, por sua vez, confirmou o uso de um novo míssil balístico manobrável, considerado tecnologicamente mais avançado e difícil de ser interceptado.
Enquanto líderes globais tentam mediar a crise, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que seu país “não teve nada a ver com o ataque ao Irã”, tentando se desvincular de qualquer envolvimento direto no conflito, segundo informou a CNN Internacional.
O cenário é de tensão máxima, com riscos reais de que o confronto entre Israel e Irã se transforme em uma guerra regional de grandes proporções, afetando diretamente civis, especialmente nas comunidades mais marginalizadas dentro de Israel.
O Diário Carioca continuará acompanhando os desdobramentos deste conflito que, mais uma vez, revela como as minorias são as primeiras a pagar com a própria vida pelos jogos de poder no Oriente Médio.
O Carioca Esclarece:
As cidades palestino-israelenses são comunidades formadas por cidadãos árabes que vivem dentro do território de Israel, com cidadania israelense, mas frequentemente enfrentam discriminação estrutural e desigualdade em acesso a direitos básicos.
FAQ — Perguntas Frequentes sobre o ataque do Irã a Israel
Por que o Irã atacou Israel?
O ataque foi uma resposta a bombardeios israelenses contra instalações iranianas na Síria e no próprio Irã, além de tensões acumuladas envolvendo o programa nuclear iraniano.
Por que morreram mais pessoas em cidades árabes dentro de Israel?
Essas cidades, como Tamra, historicamente recebem menos investimentos em infraestrutura, incluindo abrigos antiaéreos, o que as torna mais vulneráveis em situações de conflito. (Fonte: Associação pelos Direitos Civis em Israel)
O conflito pode se transformar em guerra regional?
Especialistas alertam que sim. A troca de ataques diretos entre Israel e Irã aumenta o risco de envolver outros países do Oriente Médio, como Líbano, Síria e até Arábia Saudita.