Ao navegar pela App Store no iPad, é possível notar que alguns aplicativos não possuem uma versão para o tablet — o WhatsApp, por exemplo, passou anos sem um app adaptado. A resposta para isso envolve questões técnicas, decisões de design e o próprio público-alvo de cada programa.
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Diferenças técnicas entre iPhone e iPad
Apesar de ambos rodarem sistemas operacionais semelhantes, iOS e iPadOS, iPhones e iPads possuem diferenças relevantes em termos de hardware e layout de interface.
O tamanho e a proporção da tela, por exemplo, são muito distintos: o iPhone é projetado para uso rápido com uma mão, enquanto o iPad foca em produtividade e multitarefa com uma tela maior e mais espaçosa.
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O desenvolvedor back-end e sócio do aplicativo de entretenimento Vippo, Lucas Szoke, aponta que o ecossistema de aparelhos da Apple também pode dificultar a implementação e portabilidade de aplicativos.
“A UI/UX adaptativa é uma grande dor no desenvolvimento, pois quando pensamos em aparelhos como o iPad, é sempre importante lembrar que existem diversos tamanhos distintos (Mini, Air, Pro 11, Pro 12,9)”, explica o desenvolvedor.
Szoke adiciona que as mudanças na plataforma também impactam essa a adaptação de aplicativos para iPads, já que a cada nova versão do sistema iPadOS, surgem novas APIs que podem demandar ajustes na aplicação.
Demanda de tempo para ajustes
Por conta dos diversos modelos de iPad, a demanda de tempo para efetuar os ajustes necessários pode ser maior.
O desenvolvedor front-end e também sócio da Vippo, Matheus Fiaschi explica que o processo é demorado devido aos ajustes significativos na estrutura do app para telas maiores.
“Isso acaba gerando um custo adicional de tempo e esforço no desenvolvimento que, dependendo da estratégia e dos recursos disponíveis, pode não se justificar frente ao baixo percentual de usuários em iPads”, aponta o desenvolvedor.
Isso foi um dos pontos que leva a Meta a demorar tanto para lançar uma versão oficial do Instagram para iPad, por exemplo.

Decisões de design e público-alvo
Alguns aplicativos são criados com foco total na experiência mobile, pensados para o uso rápido e prático que o iPhone proporciona. Apps de delivery, mobilidade urbana ou redes sociais, por exemplo, são muito mais usados em smartphones no dia a dia.
Szoke explica que muitas empresas adotam o conceito “mobile first”, priorizando o desenvolvimento de aplicativos para celulares. “Isso contribuiu para a baixa prioridade a dispositivos como iPads e posterga as adaptações”, adiciona o desenvolvedor banck-end.
Além disso, desenvolver e manter uma versão otimizada para iPad exige tempo, investimento e equipe técnica. Quando o público-alvo é majoritariamente usuário de iPhone, muitos desenvolvedores optam por não lançar uma versão específica para iPad, considerando o retorno limitado que isso pode trazer.
“Hoje, os dados de analytics da App Store mostram que menos de 10% dos aparelhos iOS são iPad, ou seja, a maioria utiliza a visualização padrão do iPhone”, aponta Szoke.
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