Na cúpula da Celac, Lula volta a atacar Israel

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou, nesta sexta-feira (1º), na Cúpula da Celac, a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos. O evento acontece em Kingstown, em São Vicente e Granadinas. Durante a fala aos chefes de Estado da região, Lula voltou a criticar as ações de Israel na guerra contra o Hamas, na Faixa de Gaza.

Lula afirmou que os israelenses impõem uma “punição coletiva” ao povo palestino. Ele também citou o ataque contra civis que esperavam ajuda humanitária nessa quinta-feira (29), em Gaza. Mais de 100 pessoas morreram, de acordo com autoridades de saúde de Gaza.

“A tragédia humanitária em Gaza requer de todos nós a capacidade de dizer um basta para a punição coletiva que o governo de Israel impõe ao povo palestino. As pessoas estão morrendo na fila para obter comida. A indiferença da comunidade internacional é chocante”, disse o presidente.

Ele aproveitou o momento para cobrar ações da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Conselho de Segurança para frear o que chamou de “genocídio” em Gaza.

“O secretário-geral pode invocar o artigo 99 da Carta da ONU para levar a atenção do Conselho tema que ameaça a paz e a segurança internacional. Faço um apelo ao governo japonês, que assume a presidência do Conselho a partir de hoje, para que paute esse tema com toda a urgência. Peço aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU que deixem de lados suas diferenças e ponham fim a essa matança”, complementou Lula.

Por outro lado, Lula relembrou que a vida de reféns em poder do Hamas “está em jogo”.

Itamaraty endossa ataques ao governo de Israel

O Brasil se pronunciou, nesta sexta-feira (1º), chamando de “massacre” as mortes de civis enquanto tentavam pegar comida de um comboio de ajuda humanitária em Gaza, e fez duras críticas ao governo israelense de Benjamin Netanyahu.

Pelo menos 112 pessoas morreram e centenas ficaram feridas em Gaza depois que as forças de Israel abriram fogo enquanto civis palestinos esperavam por comida, de acordo com o Ministério da Saúde palestino em Gaza.

Os militares de Israel e testemunhas oculares deram relatos contraditórios dos acontecimentos no terreno.

Em comunicado divulgado nesta sexta, o Itamaraty afirmou que “trata-se de uma situação intolerável, que vai muito além da necessária apuração de responsabilidades pelos mortos e feridos de ontem”.

O governo brasileiro aponta que as aglomerações em torno do comboio de ajuda “demonstram a situação desesperadora a que está submetida a população civil da Faixa de Gaza e as dificuldades para obtenção de alimentos no território”.

”Autoridades da ONU e especialistas em ajuda humanitária e assistência de saúde de diferentes organismos e entidades vêm denunciando há meses a sistemática retenção de caminhões nas fronteiras com Gaza e a situação crescente de fome, sede e desespero da população civil. Ainda assim, a inação da comunidade internacional diante dessa tragédia humanitária continua a servir como velado incentivo para que o governo Netanyahu continue a atingir civis inocentes e a ignorar regras básicas do direito humanitário internacional. Declarações cínicas e ofensivas às vítimas do incidente, feitas horas depois por alta autoridade do governo Netanyahu, devem ser a gota d’água para qualquer um que realmente acredite no valor da vida humana”.

Em crítica direta ao primeiro-ministro israelense, o Itamaraty ainda afirmou que o governo de Israel “volta a mostrar, por ações e declarações, que a ação militar em Gaza não tem qualquer limite ético ou legal”.

O Brasil cobra a comunidade internacional para “dar um basta” e evitar novas atrocidades. “A cada dia de hesitação, mais inocentes morrerão. A humanidade está falhando com os civis de Gaza. E é hora de evitar novos massacres”, acrescentou o comunicado.

Por fim, o Itamaraty expressou solidariedade ao povo palestino, relembrou as mais de 30 mil mortes em Gaza desde o início do conflito, e reiterou “a absoluta urgência de um cessar-fogo e do efetivo ingresso em Gaza de ajuda humanitária em quantidades adequadas, bem como a libertação de todos os reféns”.

Fonte: CNN Brasil

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