Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) aponta que há irregularidades praticadas dentro da ouvidoria do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Potencial represamento e arquivamento indevido de denúncias, reclamações ou solicitações sem o devido encaminhamento interno e exposição dos denunciantes estão entre os problemas apontados no documento.
O relatório traz recomendações visando o aprimoramento dos procedimentos internos. A intenção é que a ouvidoria do MRE, por exemplo, exima-se de realizar diligências por si só e de arquivar denúncias que possuam elementos mínimos necessários para análise da unidade interna competente do órgão.
A CGU ainda pede que a ouvidoria melhore os procedimentos referentes à preservação da identidade de denunciantes.
Para realizar o relatório, a CGU utilizou como base todas as manifestações cadastradas e concluídas no período de 01/01/2023 a 31/10/2023. Os resultados mostram que a maioria das respostas oferecidas pelo MRE não continha informação sobre as providências adotadas pelo órgão sobre a denúncia ou a justificativa para o arquivamento.
Além disso, o documento aponta que a maioria das respostas fornecidas resposta não foram apresentadas com clareza e objetividade.
Sindicato
A leitura do diagnóstico feito pela Ouvidoria-Geral da União, vinculada à CGU, chama a atenção para uma realidade ainda vivenciada por muitos servidores do MRE, dentro e fora do país: “As diversas formas de assédio no ambiente de trabalho”.
O documento revelou a existência de condutas temerária do setor responsável por receber denúncias no âmbito do Itamaraty, o que estimula a perpetuação das práticas de assédio ao desacreditar a principal instância de recebimento de denúncias
Para o Sinditamaraty, sindicato que representa funcionário do MRE, é urgente a manifestação do ministro Mauro Vieira sobre providências a serem tomadas para solucionar inconsistências apontadas no relatório da CGU.
“Essa e uma oportunidade, ademais, de se adequar todo o sistema de integridade do MRE, inclusive fortalecendo unidades relativas a gestão e correição”, disse a presidente do Sindy, Ivana Lima, ao reiterar que o sindicato segue empenhado na luta contra o assédio e a discriminação no MRE.
O Metrópoles procurou o Itamaraty, para questionar sobre o teor do relatório da CGU, mas até a última atualização desta reportagem o ministério não havia se posicionado sobre as supostas irregularidades.