Hipervitaminose: por que a vitamina D em excesso pode levar à morte

A morte de um aposentado inglês de 89 anos chamou atenção na semana passada. De acordo com as autoridades médicas do Reino Unido, o paciente morreu de hipercalcemia – excesso de cálcio no sangue – porque vinha consumindo doses excessivas de vitamina D.

A vitamina D, na verdade, é um hormônio. O corpo humano obtém precursores dela via alimentação, e os transforma no hormônio por meio de reações fotoquímicas. É por isso que tomar sol faz parte das indicações para ter bons níveis de vitamina D.

“Atualmente, é comum descobrir em exames de sangue que o nível de vitamina D de uma pessoa está abaixo do padrão. Essa deficiência pode ser causada por dois fatores: exposição inadequada à luz solar ou tendência a reduzir (seja com medicação ou com dieta) o nível de colesterol, que é um precursor da vitamina D”, explicou Bernardo Herradón, pesquisador do Instituto de Química Orgânica Geral, da Espanha, em texto escrito para o site de divulgação científica The Conversation.

Sintomas da hipercalcemia

A deficiência de vitamina D é associada há vários problemas de saúde, entre eles fraqueza muscular, fadiga, dores no corpo e problemas imunológicos. Como não há controle na venda dos suplementos – vitaminas não são consideradas remédios -, é muito comum que as pessoas comecem a tomar vitamina D por conta própria ou sugestão de amigos.

Casos recentes, como o do paciente inglês, vem mostrando que suplementar vitamina D sem orientação médica é colocar a saúde em risco. Quando o corpo produz o hormônio a partir da alimentação e do estímulo da luz solar existe uma autorregulação, via suplemento isso não existe.

A vitamina D em excesso provoca alta concentração de cálcio no plasma (hipercalcemia), levando a sintomas como prisão de ventre, aumento da quantidade de urina, sonolência, fadiga, dor de cabeça, arritmias e, até, coma.

Prescrição é individual

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) recomenda controle na suplementação de vitamina D. A prescrição precisa ser individualizada e de acordo com as necessidades do pacientes.

“Para adultos, doses de manutenção variam entre 400 e 2 mil UI por semana, a depender da exposição solar e da coloração da pele. Para idosos, as doses recomendadas variam de mil a 2 mil UI/dia ou 7 mil a 14 mil UI/semana. Indivíduos obesos, pessoas que têm má absorção ou estão em uso de anticonvulsivantes podem necessitar de doses duas a três vezes maiores”, indica a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

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