Em depoimento à PF, ex-comandante da Aeronáutica também confirmou reuniões para discutir minuta golpista

 

O tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, que ocupou o cargo de comandante da Aeronáutica durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou em depoimento ter participado de reuniões onde foram discutidos os termos da chamada “minuta do golpe”, segundo fontes da Polícia Federal (PF).

Na condição de testemunha, Baptista foi ouvido pela investigação no último dia 16 de fevereiro, 14 dias antes de o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, confirmar à PF ter presenciado as supostas reuniões com teor golpista.

Mantida sob sigilo, a oitiva do tenente-brigadeiro também foi longa e trouxe novidades que ajudaram a embasar perguntas para o ex-comandante do Exército.

Segundo apurou a CNN, Baptista deu detalhes sobre ao menos duas reuniões para tentar manter Bolsonaro na Presidência da República.

Ou seja, as declarações corroboram com o que disse o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, em delação premiada assinada no ano passado.

Em um dos encontros, toda a cúpula do Exército, da Marinha e da Aeronáutica estaria presente. Essa reunião teria ocorrido quando Bolsonaro ainda estava na presidência, após as eleições de 2022.

Mensagens obtidas pela PF durante as investigações mostram que, assim como Freire Gomes, Baptista Junior também foi atacado pelo general Walter Braga Netto — ex-ministro da Defesa e vice na chapa de Bolsonaro nas últimas eleições — por não aderir aos planos golpistas.

Nas redes sociais, o tenente-brigadeiro tem publicado mensagens com indiretas. Em uma delas, ele disse que a “ambição derrota o caráter dos fracos”.

Fonte: CNN Brasil

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