Assinantes de clube de vinil protestam contra lançamento de Djonga

“Se for trap cancelo minha assinatura”, dizia um dos descontentes na área de comentários de um post do selo Três Selos, cujo clube de assinatura lança e reedita vinis da música popular brasileira. Depois de reeditar os álbuns “Heresia” e “O Menino Que Queria Ser Deus”, ambos do rapper Djonga, usuários do serviço passaram a protestar contra o trap e o rap, pedindo, entre outros desejos, “mais MPB” ao invés do lançamento novo álbum do rapper de Minas Gerais, chamado “Inocente ‘Demotape’”, de 2023 — e nunca editado em vinil.

A publicação do selo traz um sorvete sendo servido e muitos seguidores demonstraram insatisfação com uma remota possibilidade de hat-trick da discografia de um dos maiores nomes do rap nos últimos anos.

“É muito raro isso acontecer com a Três Selos”, introduz Rafael Cortes, sócio do selo. “Mas, assim, é natural que as pessoas gostem de uma coisa e não gostem de outras. A gente nunca disse que éramos um clube que se resumia a trabalhar relançamentos de títulos da década de 70, artistas mais voltados à MPB… Em nosso histórico há de tudo. Não há regra e é muito triste ler algumas agressividades ou inverdades que as pessoas colocam ali”, avalia.

A Billboard Brasil conversou com alguns dos usuários que manifestaram descontentamento na publicação.

“Gosto muito da qualidade gráfica, do material assessório produzido pela Três Selos. Considero, inclusive, o melhor nesse aspecto. Quanto a curadoria, parece não haver coerência. Por vezes nos surpreende com escolhas espetaculares, por vezes caem nas graças das tendências de mercado”, disse o usuário @prof.andrezao. Na publicação, ele havia comentado o ultimato “Se for trap cancelo minha assinatura”. Segundo ele, artistas como Djonga ou FBC (cujo álbum “Padrim” saiu pela Noize Record Club, também um clube de assinatura de vinis) “não necessitam de um material em vinil, a não ser como suvenir ou tara de colecionadores. Mas não por qualidade de áudio.”.

@prof.andrezao, em conversas por mensagens no Instagram (Reprodução)

Ainda de acordo com Rafael, a distância entre os álbuns de Djonga soava razoável e, por isso, parecia não ser um problema. “Dono Do Lugar”, sexto disco da carreira do rapper foi lançado em vinil pelo selo em maio de 2023. Depois disso, vieram títulos de Djavan (“A Voz, O Violão, A Música de Djavan”), Russo Passapusso e Antonio Carlos e Jocafi (“Alto Da Maravilha”), Alceu Valença (“Molhado de Suor”), Danilo Caymmi (“Cheiro Verde”) e, por último, Marcelo D2 (“IBORU”).

“Não está tão grudado assim, né? A outra edição foi extremamente bem aceita [com “O Dono do Lugar”], a repercussão e o número de assinantes foi excelente. E, agora, estamos tendo essa surpresa. No entanto, não sabemos como isso vai impactar. Nós só iremos saber a repercussão mês que vem, a gente entendia que nosso público gostava desse tipo de lançamento. Já lançamos Rincon Sapiência, Racionais MCs, Sombra e uma série de artistas de rap que foram bem recebidos”, finaliza acrescentando que, muitas vezes, a insatisfação se manifesta mais nos comentários do que nos números em si de assinaturas.

 

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