Caso Marielle: Lessa revela que polícia do Rio “tava toda na mão”

Ronnie Lessa, apontado pela Polícia Federal (PF) como o atirador responsável por matar Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, em 2018, diz ter recebido garantias de um ambiente tranquilo para cometer o crime já que a Polícia Civil do Rio “tava toda na mão”.

A revelação surge após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubar o sigilo da delação premiada do ex-policial militar nesta sexta-feira (7/6).

De acordo com Lessa, o ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, teria tranquilizado ele e Edmilson Oliveira da Silva, o Macalé, sobre os possíveis desdobramentos que a morte de Marielle podia ter na esfera policial.

“Ele [Domingos] disse que a DH [Delegacia de Homicídios] ‘tava na mão’, que a DH estaria já acertada”, revelou Lessa em um trecho da delação.

Segundo Lessa, Domingos Brazão se referia a um acordo já firmado com o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa.

“Ele [Domingos] não falava de outro delegado, nem de inspetor, nem de ninguém. Ele falava exclusivamente de Rivaldo Barbosa”, revelou Lessa.

Além disso, Rivaldo Barbosa teria colocado uma condição pa: o assassinato não podia partir da Câmara Municipal do Rio de Janeiro para evitar que hipóteses de um crime político surgissem nas investigações.

“[…] não poderia acontecer nada se não fosse cumprir essa exigências de que o crime não poderia partir da Câmara de Vereadores”, revelou. “Ou seja, ela sendo seguida da Câmara de Vereadores”, relatou Lessa.

Preso desde 24 de março, Rivaldo é apontado como um dos participantes na morte de Marielle ao lado dos irmãos Brazão, e teria usado seu então cargo na Polícia Civil para proteger os mandantes do assassinato com a garantia que o crime não fosse solucionado.

Em depoimento à PF, na última segunda-feira (3/6), Rivaldo Barbosa negou ter envolvimento no crime e disse não ter nenhum vínculo com os irmãos Brazão.

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