O cirurgião plástico Benjamin Jacob Brown foi preso pela morte da esposa Hillary Ellington Brown, que morreu durante um procedimento realizado na clínica dele, na Flórida (EUA).
O caso aconteceu em novembro do ano passado e o médico teria demorado de 10 a 20 minutos para permitir aos seus assistentes a procurar resgate para a companheira após ela sofrer complicações na mesa de cirurgia.
Ele foi acusado de homicídio doloso de segundo grau. Benjamin teve a prisão anunciada pelo gabinete do xerife do Condado de Santa Rosa, pela morte da companheira.
O caso de Brown está sendo comparado ao de Christopher Daniel Duntsch, neurocirurgião indiciado por mutilar 31 pacientes e de levar outros dois a óbito. Ele ficou mundialmente famoso pelo apelido Dr. Death (Dr. Morte), dando origem a um podcast e a uma série de TV homônimos.
Chamada por socorro
De acordo com a polícia, o serviço de emergência atendeu a uma chamada do consultório da Brown’s Restore Plastic Surgery para tratar uma vítima do sexo feminino, Hillary, que sofreu uma parada cardíaca. Ela foi resgatada e sobreviveu com a ajuda de aparelhos por uma semana, no entanto, ela não resistiu e foi a óbito.
A prisão de Brown ocorreu na sequência da decisão do Departamento de Saúde do Estado da Flórida em restringir emergencialmente a licença médica de Brown. O relatório acabou sendo adicionado ao inquérito e viabilizado a detenção do cirurgião.
Documentos divulgados pelo site Law & Crime dizem que a esposa de Brown foi submetida a uma plicatura dos músculos abdominais, lipoaspiração dos braços, injeções labiais e procedimentos de ajuste de orelha.
Paciente teria preparado anestésicos
A própria paciente teria preparado seus anestésicos, uma “solução tumescente que inclui lidocaína diluída, epinefrina e bicarbonato de sódio”, tendo ingerido também um “punhado” de comprimidos, que supostamente incluíam Valium, Tramadol e Versed. Ela então teria começado a “exibir efeitos de sedação”.
Não há evidências, no entanto, se o processo de anestesia foi preparado corretamente e se o médico teria administrado as drogas. Os documentos também afirmam que Hillary “ajudou em seu próprio procedimento suturando a pele novamente” após a plicatura muscular e a revisão da cicatriz – mas então “ficou inquieta e seus pés começaram a se contorcer”.
O texto ainda afirma que o marido fazia a lipoaspiração nos braços da companheira quando seus sintomas pioraram, com ele aplicando uma solução “mais concentrada” de lidocaína em seu rosto e lábios.
Testemunhas afirmam que ele injetou xilocaína não diluída em seu rosto. Foi então que, de acordo com os documentos, Hillary disse que sua visão começou a ficar embaçada e ela estava vendo “laranja”. O marido teria prosseguido injetando a substância em seu rosto até que ela teve uma convulsão.
Cirurgião plástico não transferiu esposa
De acordo com o processo, a paciente deveria ter sido imediatamente transferida para um nível de atendimento superior, o que, segundo eles, o Dr. Brown não fez enquanto seus “sinais vitais diminuíam”.
Ao contrário do atendimento adequado, o médico teria gritado com os funcionários sobre quais medicamentos a esposa havia tomado. Só então, ele pediu para os assistentes ligarem para a emergência e a iniciar manobras de ressuscitação.
Em declaração ao Pensacola News Journal, o pai de Hillary, Marty Ellington, disse que sua família “vive em um mar de lágrimas pela eternidade devido às ações de um indivíduo descuidado”.