Ao longo de 20 anos, unidades de saúde de todo o mundo receberam milhares de casos suspeitos de “febre da fumaça do polímero”, mais conhecida pelo termo “gripe do teflon”, uma condição ligada ao revestimento antiaderente de diversos utensílios domésticos.
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Apesar de levar o nome de uma marca registrada de antiaderente, a doença não está ligada a nenhuma fabricante em específico, mas levanta centenas de suspeitas de casos todos os anos. Um dos problemas é o desconhecimento sobre a doença e os produtos químicos envolvidos, contudo a confusão com sintomas de outras condições pode ser a chave para sua característica “invisível”.
O que é a gripe do teflon?
Utensílios como panelas e frigideiras antiaderentes são cobertas com politetrafluoroetileno (PTFE), que faz parte das chamadas “substâncias químicas eternas” — per e polifluoroalquil, ou PFAS —, já que ficam no ambiente por anos. Apesar de serem seguras caso se cozinhe na temperatura indicada, as substâncias podem acabar se desintegrando e queimando quando expostas a temperaturas acima de 260 ºC.
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É ao inspirar a fumaça liberada sob alto cozimento que se dá o problema. A gripe do teflon possui sintomas muito parecidos com os da gripe comum — febre, dor de cabeça e calafrios, o que faz muitos pacientes confundirem com a doença menos rara, especialmente porque costumam passar após cerca de dois dias.
Quais os perigos da doença?
Em um estudo alemão, cientistas fizeram testes com frigideiras antiaderentes em fornos por 30 minutos sob diversas temperaturas diferentes, notando as emissões liberadas pela substância. Em geral, quanto maior o calor, maiores as emissões — o utensílio exposto a 370 ºC foi o que mais emitiu gases, compostos de substâncias fluoradas e oxidadas.
A conclusão, no entanto, é de que sob temperaturas normais de uso, não há riscos à saúde humana, já que eventuais intoxicações vão embora rapidamente.
Para evitar a gripe do teflon, a recomendação é evitar pré-aquecer utensílios domésticos com material antiaderentes. Vale evitar cozinhar, assar, grelhar ou fritar sob temperaturas altas demais; no forno, temperaturas entre 200 ºC e 260 ºC são consideradas seguras.
Abrir janelas e usar exaustores também ajuda, bem como usar colheres, escumadeiras e demais utensílios de madeira, náilon ou silicone para não arranhar e arrancar o revestimento antiaderente. Ingerir fragmentos da substância, em geral, é seguro, já que o corpo não consegue absorvê-los e simplesmente os elimina, mas partículas menores podem ficar alojadas, então também convém evitar esse consumo.
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