Aluno barrado por cota racial vai à Justiça e entra na universidade

A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) recuou e matriculou na última quinta-feira (7/3) o entregador Mabson dos Santos, que havia tido a aprovação por cotas raciais negada pela instituição. A universidade cumpriu uma ordem judicial assinada no último dia 4.

Em janeiro, a coluna mostrou que Santos acusou a UFU de discriminação racial e acionou a Justiça. No mês seguinte, a Justiça Federal determinou que a universidade fizesse uma avaliação presencial do entregador de aplicativo.

Na ocasião, o juiz Osmane Antonio considerou que as características de Santos como pessoa negra “parecem saltar aos olhos”. Até então, a avaliação havia sido somente com base em fotos e vídeos de baixa qualidade, apontou a defesa de Mabson dos Santos, liderada pela entidade Rede Liberdade.

Mabson dos Santos, de 29 anos, fez o vestibular para educação física. Ele já estaria na universidade caso tivesse se inscrito apenas pelas cotas destinadas a estudantes do ensino médio de escola pública e de baixa renda.

“Sou um homem preto. Na minha realidade, enfrento diariamente o racismo pelo meu fenótipo. Na hora de ser reconhecido como homem preto por direito, não fui”, afirmou o entregador de aplicativo, acrescentando que se dedicou aos estudos do vestibular durante todo o ano passado.

 

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