Francisco Borges adotou cinco crianças enquanto cuidava do filho biológico, Victor Eduardo, que, hoje, tem 16 anos. Morador de São José dos Campos, município de São Paulo, o jornalista, historiador e empresário já passou por uma experiência de abandono e, por isso, decidiu mudar a vida desses meninos.
De acordo com o paulista, sua mãe o abandonou quando ele tinha três anos, dizendo que ia comprar bala, mas nunca mais voltou. Na época, Francisco, hoje com 46 anos, foi levado para a Fundação CASA, anteriormente chamada FEBEM, e adotado por um casal que não tinha filhos. Isso se deu três anos depois do abandono.
“Tive a oportunidade de receber desse casal carinho, afeto e amor, mas, infelizmente, minha mãe faleceu quando eu tinha 12 anos e meu pai, quando eu tinha 15. Depois disso, fui cuidado por uma tia, irmã do meu pai adotivo. Ela era tutora de outras três sobrinhas”, contou à Revista Crescer.

Como a casa estava sempre cheia, Francisco começou a ter o desejo de ter uma família grande. Foi aí que as cinco crianças, com idades entre 8 e 16 anos, entraram em sua vida. A primeira adoção aconteceu em 2020, com Gabriel, na época com 11 anos, e Maikon, com 8 anos.
“A mãe biológica era usuária de drogas e acabou sendo assassinada. Eles, que já cuidavam um do outro e até sustentavam a casa, foram recolhidos para um abrigo, onde ficaram por oito meses. Quando os conheci, foi algo especial, porém, não romantizado. Fiquei ansioso para ouvi-los e conhecer suas histórias”.
Família aumentando…
Os irmãos João, Davi e Miguel foram adotados dois anos depois da chegada de Gabriel e Maikon. Eles moravam no Espírito Santo e tinham 4, 5 e 10 anos, respectivamente.
“Como pai solo de seis, obviamente, eu já cheguei a pensar que não daria conta. Mas, depois de alguns meses, as coisas começam a se organizar. Hoje, não digo que eu ‘dou conta’, porque a gente não precisa dar conta de tudo, mas a rotina está organizada”, detalhou Francisco à Crescer.

Após passar pelo processo de adoção, o jornalista, agora, busca ajudar outras pessoas que têm o desejo de adotar. “Muitas vezes, a sociedade enxerga os pais que adotam como ‘santos’, quando, na verdade, a adoção é uma forma legítima de constituir família”.
Para ele, a experiência é gratificante. “Claro, também é uma maneira de olhar para as realidades sociais e entender que a gente pode, sim, interferir através da nossa ação. Mas, é preciso estar comprometido e entender que não são crianças de comerciais publicitários. São crianças reais, com problemas, sonhos e ansiedades”, pontuou na entrevista.
