PCDF faz buscas contra suspeitos de vazar dados de pacientes com HIV

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou operação para apurar o vazamentos de dados e a extorsão de pacientes diagnosticados com o vírus da imunodeficiência humana (HIV, na sigla em inglês).

De posse de informações sigilosas, os criminosos denunciados chantagearam as vítimas em troca de dinheiro para não divulgar detalhes dos prontuários a conhecidos dos pacientes. A operação, que teve teve caráter interestadual e recebeu o nome de Panaceia, ocorreu nessa quarta-feira (14/8), deflagrada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) da PCDF.

Com apoio logístico e operacional da Divisão de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil de São Paulo (DCCiber/Deic/PCSP), os investigadores cumpriram três mandados de busca e apreensão de equipamentos informáticos na capital paulistana e em áreas próximas. Todo o material será analisado pela Seção de Perícias de Informática do Instituto de Criminalística (IC) da PCDF.

Segundo a PCDF, após a associação cibercriminosa invadir dispositivos informáticos e obter dados médicos sigilosos de pessoas com Aids, vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS), o grupo passava a extorquir as vítimas.

Por meio de um terminal telefônico holandês, exigindo a transferência de valores em criptomoedas (Ethereum), pois, caso contrário, publicaria a condição de portador do vírus HIV nas redes sociais da pessoa.

Pela prática dos ciberdelitos de invasão de dispositivo informático, discriminação dos portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV) e doentes de AIDS, os criminosos poderão responder pelos crimes de extorsão majorada e associação criminosa, cuja pena máxima pode chegar até 27 anos de prisão.

As investigações ainda continuam.

Relatos das vítimas

Ao menos três pessoas foram chantageadas por criminosos. Em junho, o Metrópoles entrevistou João (nome fictício), 40 anos, uma das vítimas. Por volta das 16h30 de segunda-feira (17/6), ele recebeu uma mensagem pelo WhatsApp com uma ameaça.

“Falaram meu nome de registro, afirmaram ter pego meus dados de paciente com HIV e cobraram R$ 1 mil para não vazar [os detalhes] para toda a minha família e vizinhança. As informações estavam certas. Mandaram mensagem com meu endereço e o nome da minha mãe”, detalhou.

Aflito, João se dirigiu ao CTA: “Quando cheguei, fui informado de que era o segundo paciente a receber a mensagem no mesmo dia”. Durante a conversa com servidores da unidade de saúde, a vítima ficou ainda mais assustada ao saber da possível dimensão do problema, pois o centro atende cerca de 5 mil pacientes soropositivos. Na capital do país, o total atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) passa de 10 mil.

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