HÁ VINTE ANOS – No tempo em que tudo ficava por isso mesmo

21:20

O procurador-geral da República, Claúdio Fontelles, quer que, no prazo de 90 dias, o Superior Tribunal de Justiça intime o governador Joaquim Roriz para esclarecer denúncias de irregularidades ocorridas durante a eleição de 1998.

Por sua vez, o Ministério Pública investiga supostas negociatas toleradas por Roriz no seu governo anterior. Elas têm a ver com a criação de condomínios e desapropriações fraudulentas de terras.
Roriz está em boa companhia.

O Ministério Público apura também possíveis falcatruas protagonizadas pelos irmãos Passos – Pedro e Márcio. Os dois foram presos pouco antes das eleições de 1998. Pedro conseguiu um habeas-corpus e com o apoio de Roriz concorreu a uma vaga de deputado distrital. Ganhou. Hoje preside a Comissão de Justiça da Câmara, depois de ter sido vice-presidente da Comissão de Assuntos Fundiários.

Em 1994, uma CPI da Câmara Legislativa apontou Pedro como o maior grileiro de terras do Distrito Federal. Roriz foi avalista dele e do irmão em um empréstimo no valor de 1 milhão de dólares tomado junto ao extinto Bamerindus. Roriz e Pedro foram sócios na criação de cavalos de raça. E Pedro foi condecorado duas vezes por Roriz entre 1998 e 2002.

Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça surpreenderam os irmãos Passos travando conversas para lá de suspeitas com auxiliares de Roriz – e com ele próprio. Mesmo assim, se vocês querem que eu arrisque um palpite, nada acontecerá com Roriz. Como nada aconteceu até hoje.

 

(Publicado aqui em 17 de agosto de 2004)

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