São Paulo — A Justiça bloqueou R$ 9,8 bilhões em contas e bens vinculados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) nos últimos quatro meses em operações deflagradas em São Paulo pelas polícias Civil, Militar e Federal, além do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público paulista (MPSP).
O levantamento foi publicado pelo jornalista Josmar Jozino, do UOL. As autoridades investigam o envolvimento da facção com empresas de ônibus, administrações municipais e campanhas políticas, além de bancos e esquemas de lavagem de dinheiro.
Em 9 de abril, o Gaeco realizou uma operação contra a Transwolff e a UpBus, que operam ônibus na capital paulista. Foram expedidos quatro mandados de prisão contra dirigentes e sócios das empresas, que seriam ligadas ao PCC. A Justiça autorizou o arresto, sequestro e bloqueio dos alvos no valor de R$ 600 milhões.
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Promotor Lincoln Gakiya fala a policiais antes do início da Operação Fim de Linha, que mira empresas de ônibus suspeitas de ligação com o PCC
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Viaturas policiais a postos para participar da Operação Fim de Linha, do MPSP, que mira empresas de ônibus suspeitas de ligação com o PCC
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Viaturas policiais a postos para participar da Operação Fim de Linha, do MPSP, que mira empresas de ônibus suspeitas de ligação com o PCC
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Policiais recebem orientações antes de participar da Operação Fim de Linha, do MPSP, que mira empresas de ônibus suspeitas de ligação com o PCC
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Garagem da viação UpBus, na zona leste, um dos alvos da operação do MP
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Operação Fim de Linha, do MP, apreendeu armas e dinheiros com dirigentes de empresas de ônibus
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Operação Fim de Linha, do MP, apreendeu armas e dinheiros com dirigentes de empresas de ônibus
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Uma semana depois, três vereadores de diferentes cidades de São Paulo foram presos por suspeita de envolvimento em contratos públicos milionários com prefeituras, câmaras municipais e governo estadual. O bloqueio das contas dos investigados pode chegar a R$ 200 milhões.
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Policiais cumpriram mandado em câmaras municipais
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Câmara de Vereadores de Santa Isabel, na Grande SP
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Dinheiro em espécie apreendido
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Foram cumpridos 42 mandados de busca e apreensão
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Apreensões em operação do MPSP
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Dinheiro apreendido na Operação Munditia
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Operação Munditia do MPSP mira fraudes em licitações
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Viatura da PM em frente ao posto do 15º Baep, em Guarulhos; equipe participa da Operação Muditia do MPSP, que mira fraudes em licitações
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Operação Munditia do MPSP mira fraudes em licitações articuladas pelo PCC
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Operação Munditia do MPSP mira fraudes em licitações; na imagem, PMs em treinamento antes de saírem às ruas
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O maior bloqueio de valores aconteceu no dia 6 de agosto, em uma operação que bloqueou mais de R$ 8,1 bilhões de suspeitos de infiltrar integrantes do PCC nas eleições municipais, ao lançar candidatos aos cargos em disputa.
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No último dia 23, a Polícia Civil cumpriu a quinta fase da Operação Downtown. Segundo as investigações, existe um sistema bancário do PCC que lavava o dinheiro do tráfico de drogas da Cracolândia em bancos, casas de câmbio, empresas no Brasil e até no Uruguai. O bloqueio de patrimônio atinge R$ 150 milhões.
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Como funcionava esquema de fintechs suspeitas de lavar dinheiro
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Como funcionava esquema de fintechs suspeitas de lavar dinheiro
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Na semana seguinte, a Polícia Federal deflagrou uma operação contra uma quadrilha suspeita de lavar dinheiro para o PCC por meio de fintechs clandestinas. Além de prisões e buscas em endereços dos envolvidos, a Justiça autorizou o bloqueio de valor de R$ 850 milhões em contas associadas à organização criminosa.