O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, mostra que os preços caíram 0,02% em agosto de 2024 — o que representa uma desaceleração de 0,40 ponto percentual (p.p.) em relação ao mês de julho (0,38%).
Este é o primeiro resultado negativo desde junho de 2023, quando o índice registrou queda de 0,08%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (10/9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com isso, o Brasil tem uma inflação acumulada de 4,24% nos últimos 12 meses. No acumulado do ano, a alta é de 2,85%.
A queda dos preços foi puxada pela baixa no setor de habitação (-0,51%), após redução nos preços da energia elétrica residencial (-2,77%), e no setor de alimentação e bebidas (-0,44%), com a segunda queda consecutiva da alimentação no domicílio (-0,73%).
Para o gerente da pesquisa, André Almeida, a mudança de bandeira tarifária da energia foi o fator preponderante para explicar o resultado de queda do grupo habitação. “A principal influência veio de energia elétrica residencial, com o retorno à bandeira tarifária verde em agosto, onde não há cobrança adicional nas contas de luz, após a mudança para a bandeira amarela em julho”, explica.
O que é o IPCA?
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.
O próximo resultado da inflação, referente a setembro, será divulgado em 9 de outubro.
A inflação no ano para o mercado
Mais de 100 analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) aumentaram a estimativa do IPCA para este ano pela oitava semana seguida, segundo o último Relatório Focus, publicado nessa segunda-feira (9/9).
Os economistas alteraram a projeção da inflação de 2024 de 4,26% para 4,30%. Ou seja, a expectativa do mercado financeiro continua se distanciando do centro da meta para este ano, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) — que é de 3% com variação de 1,5 ponto percentual (para cima ou para baixo: 4,5% e 1,5%).
Com o relatório desta segunda-feira, a projeção dos analistas é de que a inflação de 2024 continuará fora do centro da meta, ficando cada vez mais próxima do teto definido pelo CMN.