CNI: indicadores de infraestrutura sinalizam aquecimento da economia

Quase todos os indicadores de infraestrutura monitorados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) cresceram embalados pelo aquecimento da economia. O maior crescimento ocorreu no tráfego de caminhões em rodovias federais pedagiadas, que cresceu 10,82% no primeiro semestre de 2024 na comparação com o mesmo período do ano passado.

A alta expressiva do tráfego de veículos pesados tem relação direta com o crescimento da venda de caminhões novos no período (10,2%), reflexo do aumento do transporte de cargas nas estradas brasileiras. Atualmente, 62% das cargas no país são levadas por caminhões. Para efeito de comparação, 19% das cargas são transportadas de trem; 14% por navios; e apenas 0,1% por aviões. Se excluídos os transportes de minérios e combustíveis, as estradas responderiam por 85% da matriz de transporte no Brasil.

A participação das rodovias no transporte de cargas no Brasil é muito maior que em outros países de grande dimensão territorial e econômica. Na Rússia, as estradas representam 8% do transporte de cargas. Nos Estados Unidos, 32%; No Canadá, 43%; Na China, 50%; e na Austrália, 53%.

“O predomínio das rodovias no Brasil está associado à baixa eficiência logística do sistema de transporte. O percurso eficiente de uma viagem por caminhão se dá em curtas e médias distâncias. No Brasil, no entanto, existem situações em que a carga embarca em São Paulo com destino à Belém ou de Porto Alegre para Teresina”, pontua o Diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz.

Consumo de energia em alta

De acordo com o levantamento, também sentiram incremento os indicadores que medem consumo de energia elétrica de classes não industriais (8,95%) e industriais (4,11%), e ainda os indicadores de transporte de cargas aéreas (7,29%), de uso da internet fixa (6,23%), e da circulação de veículos leves em estradas federais pedagiadas (5,87%).

Na avaliação da CNI, o indicador do consumo de energia revela o aquecimento da economia brasileira – crescimento do PIB no primeiro e segundo trimestre de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior, em 2,5% e 3,3%, respectivamente.

As únicas quedas de indicadores estão relacionadas ao consumo de petróleo (-12,57%) e de derivados (-0,15%). Esses resultados são parcialmente explicados pela elevação do número de veículos elétricos e híbridos no país, bem como pela maior competitividade do etanol em relação à gasolina no período.

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