Tempestade solar intensa está prestes a acontecer após este equinócio

Uma tempestade geomagnética pode acontecer entre quarta (25) e quinta (26) como resultado das partículas eletricamente carregadas disparadas por nosso Sol. Desta vez, a chance de nosso planeta enfrentar os efeitos do fenômeno pode ser maior — e o motivo é o equinócio de primavera, ocorrido no mesmo dia da explosão solar. 

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  • A tempestade solar extrema acabou. Quando é a próxima?

O que aconteceu é que o Sol lançou uma ejeção de massa coronal no domingo (22) às 18h39 no horário de Brasília. As partículas vieram da mancha solar AR 3835, que lançou uma explosão solar e pegou os cientistas de surpresa; afinal, a mancha parecia estável demais para causar algo do tipo. 

A nuvem de plasma vem viajando em direção à Terra a mais de um milhão de quilômetros por hora e, felizmente, a maior parte do material ali não deve atingir nosso planeta. Mesmo assim, os modelos da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) apontam que o fenômeno pode causar uma tempestade geomagnética de nível G1, a maior intensidade na escala de cinco níveis. 


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Enquanto a NOAA estima que o impacto aconteça na quarta (25), a NASA prevê que a tempestade deve acontecer na quinta (26); a diferença entre as datas sugere um nível baixo de confiança na ocorrência do fenômeno. 

Sol e mancha solar AR3834 fotografados pelo observatório Solar Dynamics, da NASA (Imagem: Reprodução/NASA/SDO)

De qualquer forma, se ocorrer, a tempestade geomagnética pode causar falhas na infraestrutura elétrica e em comunicações via rádio.

Começo da primavera

Já o equinócio de primavera aconteceu às 9h44 no horário de Brasília, marcando a chegada da primavera no hemisfério sul e do outono no norte. Os equinócios acontecem quando o eixo de inclinação da Terra fica alinhado com sua órbita ao redor do Sol, ou seja, nenhum hemisfério fica mais próximo e nem mais afastado do astro; por isso, ambos os hemisférios recebem quase a mesma quantidade de luz solar. 

Só que as semanas antes e depois dos equinócios costumam vir acompanhadas de tempestades geomagnéticas mais frequentes. Os cientistas acreditam que isso deve acontecer devido à posição dos polos da Terra: conforme eles ficam mais voltados para o Sol, a magnetosfera terrestre e o campo magnético do Sol se alinham.

 

Estas estruturas ficam desalinhadas no restante do ano, o que faz com que as partículas do vento solar, das ejeções de massa coronal e outros fenômenos sejam desviadas pela magnetosfera; em outras palavras, isso evita que nosso planeta receba impactos diretos delas. 

Este desvio das partículas não ocorre no período próximo dos equinócios, quando os campos magnéticos da Terra e do Sol ficam conectados. De forma semelhante, a quantidade de tempestades geomagnéticas é menor em dezembro, janeiro, junho e julho, que são os meses próximos dos solstícios — e, consequentemente, quando o polo da Terra fica mais apontado para o Sol.

O fenômeno é conhecido como “Efeito Russel-McPherron”, e foi proposto em 1973 como uma possível explicação do porquê de as tempestades geomagnéticas apresentarem variações sazonais. Dados coletados entre 1932 e 2014 mostraram que, em média, as tempestades geomagnéticas são duas vezes mais frequentes por volta do período dos equinócios em comparação com a época dos solstícios.

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