Dieta do ovo promete menos 11 quilos em duas semanas. Funciona?

A dieta do ovo é uma estratégia alimentar baseda no consumo de ovos como fonte principal de proteínas, complementados por outros alimentos de baixo valor calórico, como vegetais e algumas frutas.

O nutricionista esportivo Fernando Castro, que atua em Brasília, explica que a dieta do ovo funciona ao restringir calorias e carboidratos, o que promove uma perda de peso rápida. Ricos em proteínas, os ovos garantem a sensação de saciedade.

“Apesar do nome, a dieta do ovo não se baseia exclusivamente no consumo de ovos, o que é um ponto positivo. Ela inclui outros alimentos, como verduras e proteínas magras. A perda de peso associada a essa dieta ocorre, na verdade, pela restrição calórica, independentemente dos tipos de alimentos consumidos”, esclarece Fernando.

A dieta do ovo se popularizou ao prometer a eliminação de mais de dez quilos em duas semanas. Fernando considera, no entanto, que a promessa é exagerada e irresponsável. “A perda de peso depende de diversos fatores, como a quantidade de calorias ingeridas, a necessidade calórica individual, o gasto energético diário e as condições de saúde da pessoa. É importante lembrar que cada organismo reage de forma diferente, e resultados tão rápidos podem não ser saudáveis ou sustentáveis a longo prazo”, afirma.

A nutricionista esportiva Rayanne Marques, da Clínica Aesthesis, de Brasília, também observa que, embora a dieta possa ser eficaz no curto prazo, devido à severa restrição calórica que preconiza, não é uma solução sustentável.

“Dietas tão restritivas geralmente não promovem uma reeducação alimentar adequada, o que pode levar ao efeito sanfona — recuperação rápida do peso perdido ao retomar hábitos alimentares normais”, destaca.

Segundo os especialistas, o consumo excessivo de ovos também pode ser um problema. Rayanne recomenda que as pessoas não comam mais de três ovos por dia. “Centrar a alimentação apenas em ovos pode provocar a elevação dos níveis de colesterol em algumas pessoas, além de limitar a variedade de nutrientes ingeridos”, alerta.

O que pode comer na dieta do ovo

  • Ovos;
  • Proteínas magras, como frango, peru, porco, peixes como atum, bacalhau e salmão;
  • Vegetais de folhas verdes, como couve, espinafre e rúcula;
  • Vegetais sem amido, como cogumelos, pimentão, brócolis e abobrinha;
  • Pão;
  • Frutas de baixo índice glicêmico, como toranja, laranja e limão.

Alimentos proibidos na dieta do ovo

  • Laticínios, como leite, queijo e iogurte;
  • Cereais, como pão branco, massas, aveia e cereais matinais;
  • Bebidas e alimentos açucarados, como sucos, refrigerantes, bebidas alcoólicas, sobremesas e doces;
  • Carnes processadas, como salsichas, bacon e hambúrgueres;
  • Vegetais ricos em amido, como milho, ervilhas, batatas e outros legumes;
  • Frutas com alto teor de açúcar, como manga, uvas, cerejas e bananas.

A dieta pode gerar deficiências nutricionais?

Apesar da dieta fornecer uma certa quantidade de nutrientes, os especialistas alertam para a possibilidade de carências nutricionais importantes.

“A principal preocupação é em relação ao grupo dos laticínios, que são uma fonte importante de cálcio. É fundamental garantir uma ingestão adequada desse mineral, seja por meio de outros alimentos ricos em cálcio ou até mesmo com suplementação”, recomenda Fernando.

Por outro lado, ele vê pontos positivos na exclusão de alimentos como carnes processadas, o que pode trazer benefícios para a saúde a longo prazo.

A nutricionista Rayanne alerta que a restrição drástica de diversos grupos alimentares pode comprometer o bom funcionamento do organismo. “Essa dieta é extremamente restritiva e carece de carboidratos complexos e gorduras saudáveis. Como resultado, pode levar à deficiência de fibras, vitaminas e minerais, essenciais para o funcionamento do corpo”, alerta.

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