Tsunami ou extinção humana? O que aconteceria se um asteroide colidisse com a Terra

Já imaginou o que aconteceria se um asteroide gigante colidisse com a Terra? Embora o impacto mais famoso tenha causado a extinção dos dinossauros, não se preocupe: atualmente, não há nenhum objeto espacial em rota de colisão.

O impacto de objetos espaciais é uma preocupação científica, pois pode causar destruição em escala regional ou até global, dependendo do tamanho e velocidade do objeto espacial. No entanto, segundo o astrofísico Alexandre Zabot, da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), a Terra não enfrentaria uma extinção humana em massa.

“Uma extinção total é improvável, pois a vida é muito adaptável. A extinção dos dinossauros, por exemplo, abriu espaço para a expansão dos mamíferos”, explica Zabot.

Ele também destaca que a Terra é constantemente bombardeada por pequenos asteroides que se desintegram na atmosfera, criando um espetáculo luminoso. “Chamamos esse fenômeno de meteoros, popularmente conhecidos como estrelas cadentes”, esclarece o especialista.

Consequências que um asteroide pode causar à Terra

Como mencionado, um objeto espacial gigante com pelo menos 10 quilômetros de diâmetro — equivalente a um grande estádio de futebol, como o Maracanã no Brasil — poderia causar diversas consequências. No entanto, a extinção da raça humana está distante dessa possibilidade.

Conforme Zabot, objeto espacial desse tamanho podem causar problemas dependendo do local de impacto. Por exemplo, se caírem em oceanos, podem gerar tsunamis.

Assim, uma série de fenômenos geológicos pode ocorrer, dependendo do local onde os asteroides atinjam. “Mas claro, isso se for um objeto espacial grande”, ressalta o especialista.

Programa de proteção contra asteroides da NASA

Embora as chances de colisões sejam mínimas, a NASA continua monitorando objetos espaciais potencialmente perigosos no Sistema Solar. Nesse contexto, o Escritório de Coordenação de Defesa Planetária da agência espacial norte-americana desempenha um papel crucial.

“Nós definitivamente queremos encontrar todos esses asteroides antes que eles nos encontrem”, afirma Lindley Johnson, executivo líder do programa.

Para isso, a NASA colabora com a IAWN (Rede Internacional de Alerta de Asteroides), uma rede global de astrônomos. Caso um objeto espacial perigoso seja detectado em direção à Terra, os membros da rede compartilham suas observações para verificar e analisar o risco.

Se os especialistas concordarem com a possibilidade de uma colisão iminente, a NASA emitirá um alerta ao público. Nesse cenário, os profissionais seguirão procedimentos formais para notificar sobre o impacto.

Protocolo da NASA para avisar risco de asteroides

Imagine a cena: um asteroide está a caminho da Terra, ameaçando destruições iminentes. Você sabe como a NASA avisaria o público sobre isso?

De acordo com Johnson, se o objeto estivesse em direção a um país, como os Estados Unidos, a NASA comunicaria imediatamente à Casa Branca, que então informaria a população sobre a situação.

Caso o asteroide fosse grande o suficiente para representar uma ameaça internacional, a IAWN notificaria o Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Exterior, e o país afetado ficaria responsável por alertar seus cidadãos.

Como NASA evita que a Terra seja atingida pelo objeto espacial

A NASA utiliza diversas abordagens e tecnologias para monitorar e potencialmente desviar asteroides que ameacem a Terra. Aqui estão algumas das principais estratégias:

• Monitoramento de asteroides: a NASA opera telescópios e satélites para identificar e rastrear objetos próximos da Terra. Programas como o NEOO (Observações de Objetos Próximos da Terra) têm como objetivo catalogar objetos espaciais, avaliando seu tamanho, trajetória e proximidade com a Terra;
• Classificação de risco: estes objetos espaciais são avaliados quanto ao risco de colisão com a Terra. Aqueles que têm uma probabilidade significativa de impacto são monitorados de perto, e suas trajetórias são calculadas com precisão;
• Missões de desvio: a NASA está desenvolvendo tecnologias para desviar estes objetos espaciais potencialmente perigosos. Um exemplo é a missão DART (Teste de redirecionamento de asteroides duplos), que visa testar a capacidade de alterar a trajetória de um asteroide via um impacto cinético;
• Desvio cinemático: essa técnica envolve colidir uma sonda com um asteroide para alterar sua velocidade e direção. O objetivo é demonstrar que é possível modificar a trajetória de um asteroide, reduzindo o risco de impacto;
• Estudo de asteroides: missões como a OSIRIS-REx e a Hayabusa2 coletaram amostras de asteroides para estudo, ajudando os cientistas a entender melhor a composição e a estrutura desses objetos, o que é crucial para o desenvolvimento de estratégias de desvio.
• Colaboração internacional: a NASA trabalha em conjunto com agências espaciais de outros países e com organizações internacionais para compartilhar dados e estratégias sobre a detecção e desvio de asteroides.

Embora cause preocupação, a tecnologia espacial avança a cada dia, garantindo que, se um asteroide cruzar o caminho da Terra, medidas podem ser tomadas a tempo.

Assim, as chances de sermos surpreendidos diminuem. Para a agência espacial, o céu pode guardar mistérios, mas as autoridades estão cada vez mais preparadas para enfrentá-los.