O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, rebateu as acusações de Donald Trump sobre um “genocídio contra brancos” em curso no seu país. A declaração do líder sul-africano aconteceu nesta quarta-feira (21/5), durante visita aos Estados Unidos.
No Salão Oval da Casa Branca, os dois presidentes iniciaram uma conversa com a imprensa em tom amigável. Trump, no entanto, voltou a fazer alegações sobre um possível extermínio contra pessoas brancas na África do Sul, que foi negado por Ramaphosa.
Com a negativa do presidente sul-africano, o líder dos EUA pediu a sua equipe que mostrasse vídeos que atestariam as suas acusações de genocídio contra brancos, especificamente fazendeiros da África do Sul. Após assistir as imagens, Ramaphosa voltou a negar as acusações.
“Gostaria de saber onde fica isso, porque nunca vi esses vídeos”, disse o presidente da África do Sul.
Apesar das alegações de Trump, nenhum órgão internacional de direitos humanos confirma que exista um genocídio contra brancos na África do Sul.
Confronto
Antes do confronto entre Trump e Ramaphosa nos EUA, o líder norte-americano já havia alfinetado o atual governo da África do Sul diversas vezes. Por desentendimentos, o antigo embaixador sul-africano em Washington, Ebrahiim Rassol, foi expulso do país em março deste ano.
Por conta disso, um grupo de sul-africanos brancos desembarcou nos EUA no início de maio, com status de refugiados. O governo de Ramaphosa, no entanto, nega que as 59 pessoas sofressem perseguição na África do Sul.
Além das acusações sem provas de genocídio e racismo contra brancos, Trump mira em políticas sul-africanas ligadas à apreensão e expropriação de terras pelo Estado. O objetivo, segundo Pretória, é reparar erros cometidos durante o Apartheid no país.
Com a tensão diplomática entre os dois países, a presença de Donald Trump na próxima reunião do G20, em Joanesburgo, está indefinida.