Tradicional festa de eletrônica do RJ entra em conflito com DJs após Boiler Room

A festa Wobble, tradicional reduto de música eletrônica do Rio de Janeiro — e que, no início da segunda década de 2000, começou a catalisar DJs e produtores de uma cena independente em plena expansão — enfrenta o descontentamento de inúmeros artistas após realização do evento Boiler Room, no sábado (30). Com comentários limitados nas publicações e até relatos de advertências jurídicas, a festa vem sendo alvo de contestações.

Após o evento, fãs e DJs foram às redes sociais manifestarem descontentamento com o tratamento dado a parte do line-up escalado para tocar. Artistas como o carioca Glau Tavares foram mencionados em vários momentos como um dos prejudicados já que seu set não foi gravado.


A partir disso, e considerando que o evento era resultado de um concurso cultural do projeto “Broadcast Lab 2024” (cuja finalidade era a visibilidade de artistas à margem), a festa passou a sofrer pressão para revelar quais eram os critérios que definiram quais dos DJs seriam filmados.

Além da questão multimídia, alguns artistas também usaram as redes sociais para afirmar que seus sets foram prejudicados pela organização do evento.

A Wobble, por meio de comunicado publicado no Instagram, afirmou que os procedimentos e possíveis interferências estavam previsto em contrato e foram acordados previamente junto aos artistas. “A organização informou todos os artistas que compuseram o line-up do evento acerca da modalidade de suas apresentações, offline (sem gravação de vídeo) ou online (com gravação de vídeo) em mensagem datada do dia 29.02.2024, mais de um mês antes do evento”. Além disso, a festa indicou que criou grupos no WhatsApp com grupos diferenciados de artistas, separados entre os que gravariam e os que não seriam gravados.

No entanto, a nota não explica a relação entre os artistas gravados com o pilar do evento, um concurso para a valorização de artistas marginalizados. De acordo com o apurado, dos 14 nomes anunciados pela festa, apenas sete foram gravados: Trilogia do Santo Amaro, Cuca e Ananda, Bia Marques e Swag do Complexo, Rodrigo S e DJ Chãnce da Silva e Bibs.

Em dezembro de 2023, o Boiler Room anunciou a nona edição do projeto Broadcast Lab. A descrição no site do projeto diz que a curadoria convidou “músicos, coletivos e curadores com projetos a serem transmitidos no Boiler Room em 2024” e que procurava por “conceitos inovadores que alarguem o circuito musical, priorizando artistas independentes e de comunidades marginalizadas”.

Procurados pela Billboard Brasil, alguns artistas demonstraram preocupação na exposição de suas opiniões, temendo retaliação. A Wobble, bem como o Boiler Room, também foram procurados e, assim que responderem, terão suas posições atualizadas nessa página.

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