Nessa quarta-feira (3/4), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma portaria determinando a proibição da fabricação, venda, distribuição e veiculação de propaganda, além do uso e o recolhimento de suplementos alimentares desenvolvidos com ora-pro-nóbis. O consumo da planta tem sido associado ao emagrecimento e à melhora da imunidade, entretanto, a ingestão em exagero tende a oferecer riscos, conforme explica o médico Vinícius Carlesso.
Com especialização em cardiologia, o médico destaca que a ora-pro-nóbis é rica em fibras, proteínas e vitaminas, mas precisa ser ingerida dentro das quantidades adequadas. Vinícius faz um alerta com relação ao uso em porções elevadas: “O consumo excessivo tende a causar desconforto gastrointestinal, como gases, distensão abdominal e diarreia, devido ao alto teor de fibras.”
Vinícius Carlesso acrescenta sobre a planta ser “geralmente segura” para algumas pessoas, enquanto quem dispõe de condições intestinais inflamatórias precisa ter cautela ou evitar o consumo. O especialista salienta que o excesso de oxalatos presentes na ora-pro-nóbis pode “prejudicar a absorção de minerais, a exemplo do cálcio e do ferro, aumentando o risco de formação de cálculos renais” em indivíduos com predisposição às condições.
“A ora-pro-nóbis não pode ser recomendada para pessoas com histórico de cálculos renais, devido ao conteúdo de oxalatos. Indivíduos com condições intestinais inflamatórias ou sensibilidade a fibras insolúveis devem consumir a planta com moderação para evitar irritação no trato gastrointestinal”, esclarece o médico.
De acordo com o especialista, há, ainda, pessoas com alergia à ora-pro-nóbis: “Embora raro, os sintomas podem incluir: coceira, vermelhidão na pele, inchaço nos lábios ou na língua, dificuldade para respirar e, em casos graves, anafilaxia”. Vinícius pontua que se um desses sinais for identificado, é preciso suspender o consumo imediatamente e um médico deve ser consultado para maiores esclarecimentos.

Anvisa
A Resolução nº 1.282/2025 foi publicada na edição do Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (3/4). A justificativa da Anvisa é de que a planta não está na lista de ingredientes autorizados para uso em suplementos alimentares.
A agência apontou irregularidades na venda e na divulgação desses produtos, pelo fato de não seguirem as normas estabelecidas para alimentos. Empresas que descumprirem a determinação poderão sofrer sanções, que incluem pagamento de multa e a apreensão de produtos.
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