Petrobras: diesel vendido nas refinarias fica mais barato nesta 6ª

O diesel vendido pela Petrobras às distribuidoras ficará mais barato a partir desta sexta-feira (18/4). O valor comercializado nas refinarias passará a ser, em média, de R$ 3,43 por litro, redução de R$ 0,12/litro. O reajuste no diesel gera uma reação em cadeia, pois interfere diretamente no custo do frete.

No Brasil, mais da metade da carga é transportada por caminhões movidos a diesel. Assim, uma redução no frete afeta o preço de alimentos, remédios e outros produtos, além de impactar a inflação e o custo do transporte público.

Outro item que pode ser afetado é o preço da energia, pois o diesel é utilizado para abastecer as usinas termelétricas, que são acionadas em períodos de seca, quando as hidrelétricas não são capazes de absorver toda a demanda nacional.

2ª redução no diesel

Essa redução no diesel é a segunda feita pela empresa petroleira em menos de um mês. No fim de março, a Petrobras havia anunciado redução de R$ 0,17 por litro, válida a partir de 1º de abril.

Com esse novo reajuste feito pela Petrobras, os preços de diesel comercializado para as distribuidoras caíram em R$ 1,06/litro desde dezembro de 2022, uma redução de 23,6%. Considerando a inflação do período, esta redução é de R$ 1,59/litro ou 31,7%, informou a Petrobras.

O diesel vendido nos postos de combustível é o do tipo B, que é composto pela mistura de 86% de diesel A com 14% de biodiesel. Isso significa uma redução média no preço das bombas de aproximadamente R$ 0,10/litro de diesel B.

Mesmo com as margens de distribuição e revenda e a incidência de impostos, essa nova mudança nos preços do produto pode ajudar a arrefecer os preços medidos pela inflação, que, desde o ano passado, têm sido uma pedra no sapato do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).


Composição do preço do diesel

  • Margens de distribuição e revenda;
  • Valor do biodiesel, que é adicionado à mistura;
  • Imposto estadual (ICMS);
  • Impostos federais (PIS e Cofins);
  • Valor de venda do combustível da Petrobras às distribuidoras (corresponde a 50% do preço).

E a gasolina?

Há no mercado uma expectativa de corte nos preços da gasolina nas refinarias. Essa projeção levou o Itaú BBA a revisar, nesta semana, sua projeção de inflação para 2025, de 5,7% para 5,5%, incorporando essa possível queda nos preços desse combustível.

O último reajuste feito pela Petrobras na gasolina aconteceu em julho de 2024, quando o litro teve uma alta de R$ 0,20, chegando a R$ 3,01/litro. Antes disso, em outubro de 2023, houve queda de R$ 0,12 no valor comercializado (para R$ 2,81/litro).

No cenário mundial, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisou para baixo a previsão de crescimento da demanda global por petróleo para 2025, de 1,45 milhão de barris por dia para 1,3 milhão. “Esse pequeno ajuste se deve principalmente aos dados recebidos para o primeiro trimestre de 2025 e ao impacto esperado na demanda por petróleo, considerando as tarifas americanas recentemente anunciadas”, disse a Opep em relatório da última segunda-feira (14/4).

Nessa quarta-feira (16/4), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, citou um ambiente “muito favorável” à redução dos preços dos combustíveis e disse ter “extrema convicção” de que haverá “boas notícias” nessa questão.

“Todos sabem que o meu maior foco é sempre apontar para o caminho do menor preço na bomba para o consumidor brasileiro. Eu tenho extrema convicção de que nós teremos boas notícias na questão dos combustíveis nos próximos dias, por questões objetivas: queda do [barril do petróleo] Brent, estabilidade do dólar. Então, nós temos um ambiente muito favorável à redução do preço”, disse a jornalistas.

Na semana passada, os preços internacionais do petróleo caíram para os menores valores registrados nos últimos quatro anos, em meio à escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China.

Meses após assumir, em maio de 2023, o governo Lula anunciou o fim da política anterior de preços para os combustíveis, o Preço de Paridade de Importação (PPI), e anunciou uma nova política, mais flexível, mas menos transparente. Os reajustes passaram a ser feitos sem periodicidade definida, de forma a evitar o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio.

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