Rio de Janeiro – O cantor Gilberto Gil está sendo alvo de uma campanha de desinformação orquestrada por grupos bolsonaristas no WhatsApp e Telegram. Entre os dias 7 e 9 de abril de 2025, vídeos e mensagens distorcidas começaram a circular, ligando o patrocínio de R$ 4 milhões dos Correios à crise financeira da estatal. A movimentação cresceu rapidamente, atingindo um pico de 1.400% nas menções.
O monitoramento da empresa Palver, especializada em análise de redes sociais, revelou que as mensagens enganosas sobre o patrocínio foram disseminadas em massa em grupos de direita. Elas distorciam informações sobre o apoio à turnê de Gil, chamada “Tempo Rei”, e criavam conexões falsas, como uma suposta relação com o tratamento de saúde da filha do cantor, Preta Gil.
A Desinformação se Espalha
A estratégia usada para disseminar fake news envolveu a criação de vídeos e textos com apelos emocionais, buscando engajar usuários desavisados. As mensagens tentavam sugerir que o investimento no show de Gil estava relacionado à crise nos Correios, omitindo detalhes importantes sobre a contrapartida cultural do patrocínio.
No auge da desinformação, alguns conteúdos tentaram associar o tratamento de saúde de Preta Gil nos Estados Unidos ao governo de Lula, dizendo que ele teria utilizado a estatal para pagar as despesas médicas. Outro boato mais absurdo envolvia uma conspiração global de manipulação política.
Técnicas Usadas na Ofensiva
A campanha utilizou práticas já conhecidas da indústria de desinformação, como falsas causalidades e ironia, além de ataques diretos a figuras públicas associadas à esquerda. Termos como “os Correios agora entregam militância” ajudavam a ridicularizar artistas e políticos progressistas. Esse tipo de narrativa segue um padrão bem estruturado: primeiro, viraliza em grupos fechados como WhatsApp e Telegram; depois, se espalha por blogs e mídias regionais; por fim, ganha apoio de influenciadores e parlamentares.
A Realidade do Patrocínio
Apesar da polêmica fabricada, o patrocínio aos shows de Gilberto Gil segue os trâmites legais e é parte das ações do governo de incentivo à cultura. O próprio Gilberto Gil, ex-ministro da Cultura, sempre se destacou pela defesa da cultura nacional. Seu envolvimento com o Lula e as políticas públicas culturais está sendo distorcido para criar uma narrativa que busca deslegitimar a arte e a cultura progressistas no Brasil.
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