Entenda fenômeno atmosférico que levou a apagão na Europa

O apagão de grandes proporções que atingiu vários países da Europa nesta segunda-feira (28/4) foi causado por um raro fenômeno atmosférico, segundo a operadora portuguesa de energia.

“Devido a variações extremas de temperatura no interior de Espanha, verificaram-se oscilações anômalas nas linhas de muito alta tensão (400 kV), um fenômeno conhecido por vibração atmosférica induzida”, informou a REN em nota oficial.

As oscilações deste tipo causaram falhas de sincronização entre os sistemas elétricos, desencadeando um efeito em cascata de falta de energia na infraestrutura europeia, que é altamente interligada.

O que é a vibração induzida

O céu, antes de se formarem as descargas elétricas, acaba se ionizando e criando uma tensão. O raio, ao cair, é justamente uma liberação desta tensão. Entretanto, em alguns casos pode ocorrer o efeito corona, em que se formam pequenas descargas elétricas incapazes de liberar a energia acumulada.

A vibração atmosférica induzida é formada pela presença destas moléculas de energia ionizada e altamente tensas perto dos condutores de alta tensão. Esse processo gera forças eletro-hidrodinâmicas que agitam o ar ao redor dos cabos e podem alterar a forma que a energia é transmitida.

Em determinadas condições — como umidade elevada ou superfícies metálicas ásperas — essas forças criam oscilações de baixa frequência, de 0,1 a 10 Hz. O fenômeno, embora de baixa amplitude, pode comprometer a integridade de componentes elétricos em casos raros.

Esse tipo de oscilação resulta exclusivamente da interação entre campo elétrico e atmosfera. Os efeitos mais comuns incluem zumbido audível próximo às linhas elétricas, degradação do material condutor e perda de sincronização entre sistemas.

Disfunção generalizada

Relatórios preliminares indicam que as oscilações iniciaram em pontos isolados, mas rapidamente afetaram as linhas transfronteiriças. Esse tipo de falha exige desligamento controlado de segmentos para evitar sobrecarga e danos permanentes a equipamentos.

Especialistas explicam que o diferencial-integral das pressões instantâneas envolvidas nesses eventos pode ser lido por algoritmos avançados, capazes de medir e filtrar sinais. No entanto, a resposta operacional depende de análise em tempo real e sincronização precisa.

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Uma loja ficou sem luz durante uma queda de energia em 28 de abril de 2025 em Lisboa, Portugal

Torcedores são vistos em lojas escuras durante um apagão geral durante o Sétimo Dia do Mutua Madrid Open
Torcedores caminham pelas passarelas escuras durante um apagão geral no Sétimo Dia do Mutua Madrid Open, em La Caja Mágica
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Um homem com uma lanterna lidera o caminho enquanto uma estação de metrô permanece às escuras durante uma queda de energia em 28 de abril de 2025 em Lisboa, Portugal

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Uma loja ficou sem luz durante uma queda de energia em 28 de abril de 2025 em Lisboa, Portugal

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Torcedores são vistos em lojas escuras durante um apagão geral durante o Sétimo Dia do Mutua Madrid Open

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Torcedores caminham pelas passarelas escuras durante um apagão geral no Sétimo Dia do Mutua Madrid Open, em La Caja Mágica

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Torcedores caminham pelas passarelas escuras durante um apagão geral no sétimo dia do Mutua Madrid Open

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Infraestrutura exposta a fenômeno atmosférico

O aumento da frequência de variações térmicas bruscas na Península Ibérica tem sido observado por meteorologistas e operadores do setor. Essas alterações criam gradientes de temperatura que podem intensificar o risco de fenômenos como o registrado nesta segunda.

Técnicas de mitigação incluem o uso de condutores polidos ou revestidos para evitar ser afetado pelo efeito corona. Mesmo com essas precauções, eventos atípicos seguem sendo desafios para a engenharia de redes elétricas.

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