Conhecida por múltiplos nomes, uma fruta exótica do cerrado e cercada de propriedades nutricionais e funcionais tem chamado cada vez mais a atenção de pesquisadores brasileiros. O araticum (Annona crassiflora), ou marolo, é um fruto com alto teor de vitamina C, compostos antioxidantes e fibras.
Uma revisão de estudos publicados sobre a fruta entre 2010 e 2020 identificou 15 trabalhos relevantes sobre as características funcionais do fruto. A análise feita por pesquisadores da Universidade Federal de Alfenas e publicada na Revista Brasileira de Tecnologia Agroindustrial em 2023 destacou a alta presença de carotenoides (precursores da vitamina A), além de grande quantidade de outros antioxidantes.
A análise dos dados mostra que o araticum contém altos níveis de ferro, cálcio e fósforo. Esses elementos são essenciais para a manutenção de uma boa saúde óssea e muscular. O consumo regular pode contribuir para a manutenção do sistema imunológico e prevenção de doenças.
Fruto do cerrado rico em nutrientes
Além do consumo in natura, o marolo é aproveitado também no preparo de doces, sucos e licores. “Parente de frutas muito conhecidas, como a pinha e a graviola, o araticum é uma fruta doce, super nutritiva, antioxidante, com uma boa quantidade de ferro e outras vitaminas e minerais e pode ser adicionada ao seu dia a dia facilmente, até substituindo o açúcar em algumas receitas de bebidas”, afirma o nutricionista Eduardo Corassa, do Rio de Janeiro.
A presença de compostos bioativos como flavonoides e fenóis tem despertado atenção pelos possíveis efeitos anti-inflamatórios da fruta. Apesar do avanço das investigações, a literatura científica sobre os riscos do consumo em excesso ou uso terapêutico da fruta ainda é escassa.
Na medicina popular, porém, o marolo tem espaço. A polpa madura é usada como tônico natural, enquanto as folhas e sementes, após secagem e trituração, são utilizadas em bebidas contra diarreia.
Uso crescente, mas limitado
Mesmo com a crescente valorização, a produção ainda é limitada. A árvore leva até quatro anos para frutificar, exigindo cuidados como podas regulares e controle do crescimento lateral. A maturação dos frutos se concentra entre janeiro e abril, período de colheita mais intensa.
Ainda pouco conhecido fora das regiões produtoras, porém, o marolo tem despertado mais interesse de produtores e investigadores para avaliar suas supostas propriedades médicas.
Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e no Canal do Whatsapp e fique por dentro de tudo sobre o assunto!