Absorventes feitos de amido de milho são 17 vezes mais ecológicos

Absorventes higiênicos feitos com amido de milho podem ser uma alternativa acessível e eficaz para reduzir o acúmulo de plástico descartável no mar.

Um estudo publicado nesta quinta-feira (1º/5) na revista Sustainability Science and Technology comparou o impacto ambiental desses produtos com o de absorventes convencionais, compostos majoritariamente por plástico.

A pesquisa mostrou que o uso de materiais biodegradáveis derivados do milho, como o ácido polilático (PLA), pode reduzir em até 17 vezes os danos ambientais em relação aos equivalentes de origem fóssil.

Entre os benefícios estão menor potencial de aquecimento global, menor toxicidade e processos de produção mais sustentáveis.

Plástico nos absorventes equivale a quatro sacolas

A preocupação com o impacto ambiental dos produtos menstruais tem base em números expressivos. Estima-se que cada pessoa que menstrua use cerca de 120 quilos de produtos higiênicos ao longo da vida. Só na América do Norte, 55 mil toneladas de resíduos plásticos desse tipo vão parar anualmente em rios e oceanos.

Os absorventes convencionais são compostos por até 90% de plástico, o que equivale a cerca de quatro sacolas plásticas por unidade. Já os itens produzidos com PLA, mesmo demandando maior uso de solo para cultivo do milho, apresentam origem renovável e menor pegada de carbono, o que compensa o impacto.

Alternativas viáveis, mas ainda pouco adotadas

Apesar das vantagens ambientais e do custo relativamente baixo de produção, os absorventes sustentáveis ainda são subutilizados pela indústria. A explicação, segundo os pesquisadores, está na necessidade de produção em larga escala para que as alternativas se tornem viáveis comercialmente.

A pesquisadora e uma das autoras do estudo, Alice Medeiros de Lima, destaca que a barreira não está na tecnologia, mas na adoção em massa.

“Pesquisas sobre materiais sanitários sustentáveis têm demonstrado consistentemente que, embora existam muitas alternativas aos produtos tradicionais, a chave para a adoção generalizada reside na facilidade de produção, no preço e na escalabilidade”, afirma.

Ela reforça ainda que a transição pode representar uma mudança significativa para o meio ambiente. “Considerando os efeitos nocivos dos produtos sanitários à base de plástico, a substituição por opções feitas com amido de milho pode reduzir o desperdício e oferecer uma solução mais sustentável para o futuro”, diz.

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