Analistas do mercado financeiro reduziram, após 16 semanas, a projeção para a taxa básica de juros (a Selic) para o fim deste ano. A estimativa passou de 15% ao ano para 14,75% ao ano, segundo dados do relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (5/5) pelo Banco Central.
A divulgação ocorre um dia antes do início da deliberação do Comitê de Política Monetária (Copom) a respeito da próxima taxa Selic, que ficará vigente pelos próximos 45 dias. A reunião do colegiado está prevista para terça-feira (6/5) e quarta-feira (7/5). Neste último dia, a decisão é anunciada pelo BC.
Atualmente, a taxa Selic é de 14,25% ao ano — essa foi quinta elevação consecutiva no ciclo de aperto monetário (ou seja, aumento dos juros), que começou em setembro do ano passado. Na ata da última reunião do Copom, o colegiado indicou que o ciclo “não está encerrado”, mas frisou que o próximo aumento “seria de menor magnitude”.
Para a reunião de maio, o mercado aposta em uma elevação de 0,50 ponto percentual, com a Selic indo a 14,75% ao ano.
O que é o relatório Focus
- O Relatório de Mercado Focus resume as estatísticas calculadas considerando as expectativas de mercado financeiro coletadas até a sexta-feira imediatamente anterior à divulgação do documento.
- As projeções são frutos da análise de mais de 100 especialistas do mercado financeiro, consultados semanalmente no levantamento do BC.
- O Focus é tradicionalmente divulgado toda segunda-feira.
- O relatório traz a evolução gráfica e o comportamento semanal das projeções para índices de preços, atividade econômica, câmbio (dólar), taxa Selic, entre outros indicadores.
- As projeções são do mercado, não do Banco Central. A autoridade monetária só reúne os dados.
Por outro lado, o mercado financeiro não fez mudanças na projeção da taxa de juros para os três anos seguintes. As previsões para os demais anos seguem inalteradas, confira abaixo:
- Para 2026, os analistas projetam uma Selic de 12,50% ao ano.
- Para 2027, a previsão da taxa de juros é de 10,50% ao ano.
- Para 2028, a estimativa continua em 10% ao ano.
A partir desses dados, os analistas indicam estar descrentes com a possibilidade da Selic ficar abaixo de dois dígitos até o fim do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2026, e sequer do mandato de Gabriel Galípolo à frente do BC, que termina em 2028.
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