Arremessos de drogas e celulares desafiam segurança em Gericinó

Rio de Janeiro – Desde 2018, o Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, enfrenta uma prática ousada: o arremesso de pacotes contendo drogas, celulares e outros itens ilícitos sobre seus muros de mais de seis metros de altura. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), entre 2024 e 2025, ocorreram 18 tentativas, sendo nove apenas neste ano, das quais cinco foram frustradas pelos agentes.

Os criminosos aproveitam momentos de menor vigilância, principalmente durante a madrugada, para lançar os pacotes. Detentos com funções internas recolhem rapidamente os itens, como ocorreu em fevereiro, quando objetos foram camuflados com capim e escondidos em uma lixeira dentro da unidade.

Tática ousada desafia autoridades

Em março, câmeras de segurança flagraram dois homens correndo até a calçada do complexo para arremessar pacotes. Um deles se enroscou na cerca, mas ambos conseguiram fugir antes da chegada dos policiais. Em setembro do ano passado, os criminosos utilizaram até uma escada para lançar o material para dentro da prisão.

A prática preocupa as autoridades de segurança pública. O subsecretário-geral da Seap, Leonardo Franceschini, afirmou que “há, sim, a participação de diversos personagens. Alguns, infelizmente, presos, que arregimentam geralmente jovens, que são moradores de comunidades influenciadas pelo tráfico de drogas, e esses jovens se dedicam a identificar o momento certo, depois de passar a ronda, ou o momento de maior escuridão, para realizar esse arremesso”.

Drogas provenientes de comunidades próximas

Segundo a Seap, as drogas jogadas para dentro de Gericinó seriam provenientes de comunidades vizinhas, sob domínio das principais facções criminosas do estado. O ponto exato de arremesso está localizado em área externa ao complexo, mas suficientemente próxima para permitir os lançamentos. A Seap esclareceu que o perímetro do presídio é monitorado de forma constante, com reforço na segurança e atuação contínua de equipes de vigilância e inteligência.

Investimento milionário em tecnologia

Reconhecendo que os bloqueadores de sinal atualmente usados nas penitenciárias estão defasados em cerca de uma década, o governo fluminense anunciou a realização de um pregão eletrônico para modernizar os equipamentos. A licitação, prevista para novembro de 2025, autoriza o aluguel de bloqueadores de sinal de telefonia móvel, redes wi-fi e drones por um período de 36 meses, com custo estimado em R$ 464 milhões.

O edital prevê a implantação do novo sistema em 48 unidades, incluindo as 26 do Complexo de Gericinó, além de presídios no Grande Rio, Grande Niterói e Norte/Noroeste fluminense. A única exceção será o Instituto Penal Cândido Mendes, que deve ser desativado. A expectativa é que todos os novos bloqueadores estejam em pleno funcionamento até setembro de 2026.

Com informações da Agenda do Poder

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