Promotores do caso de Sean Diddy Combs querem restringir as declarações públicas de Mark Geragos sobre o julgamento. O advogado de celebridades não faz parte oficialmente da equipe de defesa do rapper, mas compareceu ao tribunal no início da seleção do júri, na segunda-feira (5/5).
Segundo a revista Rolling Stones, os promotores enviaram uma carta ao juiz federal Arun Subramanian nesta terça-feira (6/5), alegando que a defesa de Diddy – composta por sete advogados – “parecia estar consultando Mark Geragos” durante os procedimentos no tribunal na segunda, o que os levou a concluir que o advogado midiático está atuando como “conselheiro” de Sean Combs.
Mark é conhecido por representar clientes de alto perfil como Michael Jackson, Chris Brown e os irmãos Menendez. Os promotores apontaram que ele falou recentemente sobre o caso em um podcast e insinuou que voltaria a falar sobre ele em um episódio futuro.
“A necessidade de uma advertência do tribunal se faz necessária, considerando que, há apenas três dias, Sr. Geragos falou extensivamente sobre o julgamento deste caso em seu podcast chamado 2 Angry Men, que ele apresenta com Harvey Levin, criador do tabloide TMZ”, diz a carta.
Um dos destaques do documento são os comentários do advogado sobre o vídeo de vigilância gravado dentro do Hotel Intercontinental, que mostra Combs agredindo a ex-namorada Casandra “Cassie” Ventura em 2016. Geragos aponta o uso planejado do vídeo pelo governo no julgamento como um “assassinato de reputação”.
Também é alvo de crítica por parte dos promotores a fala do advogado que diz que a presença de seis mulheres na equipe de acusação poderia “parecer que estão processando uma causa”.
Regras
Os promotores também citam na carta as regras locais do Distrito Sul de Nova York, que determinam que advogados envolvidos na seleção do júri e em julgamentos devem evitar declarações públicas fora do tribunal que possam influenciar os jurados e interferir em um julgamento justo. Essas declarações incluem opiniões sobre a culpa ou inocência do acusado, ou “os méritos do caso ou das provas envolvidas”.
Entre as exceções está o anúncio de que o acusado nega as acusações, sem comentários adicionais.
Entenda o caso
Sean Diddy Combs foi preso em setembro, em Nova York, acusado, entre outras coisas, de tráfico sexual, associação criminosa e promoção da prostituição. O rapper ainda é alvo de várias ações civis que o descrevem como um “predador sexual violento” que usava álcool e drogas para subjugar suas vítimas.
De acordo com a acusação criminal, que conta com 14 páginas, o foco da investigação contra o cantor é que ele, supostamente, comandava uma empresa que era responsável por coordenar os “freak-offs”, prática em que uma mulher e um garoto de programa participavam de uma verdadeira maratona de sexo, sob filmagens. Eram utilizados, de acordo com o documento, óleo de bebê e drogas.
Os vídeos seriam utilizados para impedir que qualquer pessoas denunciasse a ação, que teria o uso abundante de drogas e sexo coagido. De acordo com o governo do Estados Unidos, a prática era um “shows de horrores” com “performances sexuais elaboradas e produzidas”. Os participantes ficavam tão exaustos e debilitados, que necessitariam de injetar medicamentos para se recuperar.
“Os freak-offs são o núcleo deste caso, e os freak-offs são inerentemente perigosos”, classificou a promotora Emily A. Johnson, em audiência na semana passada.