O novo papa Leão XIV tem posições ambíguas sobre uma maior abertura da Igreja Católica para casais gays, uma das questões nas quais o falecido papa Francisco era criticado pela ala conservadora do clero.
Quando era cardeal, Robert Prevost expressou reservas a práticas que “contradizem o evangelho” e, ao mesmo tempo, defendeu o decreto Fiducia Supplicans, emitido em 2023 pelo Dicastério para a Doutrina da Fé.
O decreto em questão permite bênçãos a casais em situação irregular, como divorciados e homossexuais, destacando que a bênção não exige “perfeição moral prévia”, ao contrário dos sacramentos.
Meses depois, em outubro de 2024, Prevost participou de uma coletiva de imprensa após a XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos e defendeu uma maior autoridade às conferências episcopais nacionais para tratar do tema.
Isso porque, após o decreto Fiducia Supplicans, uma série de bispos africanos criticou o então papa Francisco por tratar do tema.
“Os bispos nas conferências episcopais da África estavam basicamente dizendo que, aqui na África, toda a nossa realidade cultural é muito diferente… Não estavam rejeitando a autoridade magistral de Roma, estavam dizendo que nossa situação cultural é tal que a aplicação deste documento simplesmente não vai funcionar”, disse Prevost.
“É preciso lembrar que ainda há lugares na África que aplicam a pena de morte, por exemplo, para pessoas que vivem em um relacionamento homossexual. Então, estamos em mundos muito diferentes”, completou o agora Leão XVI.