Brasília – Um documento explosivo revelou que José Dirceu, ex-ministro e um dos nomes mais emblemáticos do PT, estava na mira para ser assassinado em 2022. O plano fazia parte da ofensiva golpista “Punhal Verde Amarelo”, articulada por militares ligados a Jair Bolsonaro.
Sob o codinome “Juca”, Dirceu teria sua morte usada como estratégia para desestabilizar a esquerda e abrir caminho para um regime de exceção no Brasil. O texto, obtido pela Folha de S.Paulo, mostra que o plano também previa ataques contra Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.
Dirceu: peça-chave para desarticular a esquerda
Mesmo fora do governo, José Dirceu ainda era visto pelos conspiradores como um cérebro político ativo dentro do Partido dos Trabalhadores. A ordem era clara: eliminar o “Juca” para minar qualquer reorganização da esquerda em caso de ruptura institucional.
O documento afirma que sua morte não geraria comoção nacional, o que, para os autores do plano, era “vantajoso”. A avaliação demonstra o nível de frieza e cálculo envolvido no projeto golpista.
Lula seria envenenado, Alckmin alvo para invalidar chapa
Para Luiz Inácio Lula da Silva, o plano previa envenenamento, causando um “colapso orgânico” – algo difícil de provar como homicídio direto. Já a morte de Geraldo Alckmin seria suficiente, segundo os golpistas, para anular juridicamente a chapa eleita.
Alexandre de Moraes, tido como o maior obstáculo à tomada do poder, também seria eliminado, embora o documento não associe um codinome ao ministro.
A digital de Bolsonaro
A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que o então presidente Jair Bolsonaro tinha pleno conhecimento do plano e deu aval às ações, ainda que não tenha deixado registros diretos. Entre as provas, estão celulares descartáveis, monitoramento ilegal e reuniões entre militares da ativa e da reserva.
A Primeira Turma do STF já transformou Mario Fernandes, general da reserva que liderava a conspiração, e mais cinco cúmplices em réus por tentativa de golpe de Estado.
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