

Bolsonaro quer apoio de governadores de direita para poder disputar a presidência da República em 2026 – Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que quer apoio de governadores de direita do país para defender a sua elegibilidade para a próxima eleição presidencial, em 2026. Em entrevista ao Uol, nesta quarta-feira (14), Bolsonaro não descartou uma candidatura própria.
No entanto, com a inelegibilidade estabelecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro não pode concorrer nas próximas eleições. Durante a entrevista, o ex-presidente citou alguns possíveis candidatos do campo conservador, como a sua mulher Michelle Bolsonaro.
Assim, por entender que é o líder da direita, Bolsonaro quer apoio de governadores de direita para pressionar por uma nova decisão quanto à sua responsabilidade nos atos antidemocráticos ocorridos durante e após sua gestão.
“Se eu morrer hoje, a vida vai continuar no Brasil. Fico feliz que tem vários governadores de centro e de centro-direita que podem vir candidatos. Eu gostaria que eles me defendessem na questão da inelegibilidade”, comentou Bolsonaro.

Em entrevista ao Uol, Bolsonaro quer apoio de governadores de direita – Foto: UOL/YouTube/Reprodução/ND
Bolsonaro quer apoio de governadores de direita antes de eleições
Para o ex-presidente, a decisão de impedir uma candidatura sua por oito anos foi política. Por isso, Bolsonaro quer apoio de governadores de direita para criar um movimento que engaje a população. Na última quarta-feira (7), o presidente foi a uma manifestação a favor da anistia aos envolvidos no 8 de janeiro de 2023.
Apesar de não contar com a presença dos governadores por ser em um dia de semana, em horário de expediente, o evento reuniu diversos parlamentares que apoiam as causas. Em outras ocasiões, os governadores de direita foram às manifestações convocadas por Bolsonaro. Os governadores mais próximos de Jair Bolsonaro que são cogitados para a corrida presidencial em 2026 são os de São Paulo, Tarcisio Freitas (Republicanos), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e do Paraná, Ratinho Jr. (PSD).
“Já conversei com eles [governadores de direita]. Tive um problema com o Caiado, mas já voltei a conversar, voltou ao normal. Com Zema, conversas esporádicas. Mas vários deles estiveram em manifestações sobre anistia e o pessoal está se engajando. Agora não é fácil você engajar a simpatia do povo”, afirmou o ex-presidente ao comentar porque Bolsonaro quer apoio de governadores de direita.
Em dado momento da entrevista, Bolsonaro afirmou que a agenda de hoje no Uol é uma tentativa de furar a bolha. O ex-presidente concordou com a avaliação de que as próximas eleições serão decididas pelo eleitorado de sempre e, também por isso, Bolsonaro quer apoio de governadores de direita. Além da candidatura própria, que ex-presidente não descarta, Bolsonaro citou seus candidatos favoritos para 2026.
“Aqui [Uol] para mim é o melhor lugar para furar a bolha. Vamos levar para a população o que está acontecendo”, comentou Bolsonaro. “Esse pessoal [eleitorado de centro] já tá vindo, até pelo o quê tá acontecendo com o Brasil agora. Você pega o pessoal do campo, continua gostando de mim até hoje. Nós botamos o MST de lado e valorizamos o agro”, justificou o presidente.
Caso não consiga derrubar a inelegibilidade, Bolsonaro deve escolher outra liderança conservadora para apoiar na disputa pela presidência do Brasil. Nesse cenário, Bolsonaro não descartou que o candidato que garanta trabalhar pela anistia tenha sua preferência.
“Isso pode acontecer até porque tenho problemas de saúde. A liberdade é sagrada para nós”, comentou Bolsonaro sobre a possibilidade de indulto presidencial por parte de candidato que tenha seu apoio.

Após virar réu no STF; Bolsonaro quer apoio de governadores de direita para mudar cenário desfavorável – Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Bolsonaro quer apoio de governadores de direita para evitar passar o que considera seu período final de vida na prisão, já que enfrenta um julgamento sobre sua participação em atos antidemocráticos ocorridos em janeiro de 2023.
“[A condenação pelo 8 de janeiro] é política, como está sendo a inelegibilidade. Eu estou com 70 anos, você pode até achar que eu to com a cara de bom, mas a carcaça tem 70 anos, eu não aguento disputar uma eleição daqui a 8, daqui a 10 anos”, afirmou Bolsonaro. “Para mim, é pena de morte política e física também porque eu entendo que não tenho mais condições de encarar um presídio na situação em que as pessoas humildes estão presas, sem cometer crime”, comentou.