Dólar sobe e Bolsa cai, revertendo explosão de otimismo da véspera

Um dia morno marcou os mercados de câmbio e ações nesta quarta-feira (14/5), depois de intensas movimentações na véspera. O dólar encerrou o dia em alta de 0,21%, cotado a R$ 5,62. O Ibovespa, o principal índice de Bolsa brasileira (B3), registrava queda de 0,36%, aos 138.536 pontos, pouco antes do fechamento. às 17 horas.

Na terça-feira (13/5), o dia foi especialmente agitado nos dois segmentos. A moeda americana caiu 1,34%, cotado a R$ 5,60, atingindo o menor valor desde outubro. Já o Ibovespa subiu 1,76%, aos 138.963 pontos, registrando a maior pontuação da história do indicador.

Na avaliação de Emerson Vieira Junior, responsável pela mesa de câmbio da Convexa Investimentos, nenhum fato foi capaz de movimentar os mercados nesta quarta-feira. “O dólar andou de lado entre pares (entre as moedas de países desenvolvidos) e entre emergentes. No Brasil, ficou perto da estabilidade”, afirma o especialista. “Na Bolsa, os investidores realizaram lucro depois da alta histórica de ontem. Nada demais.”

Na terça-feira, o real e o Ibovespa foram puxados para cima pelo acordo firmado entre os Estados Unidos e a China, para cortar as tarifas recíprocas por um prazo de 90 dias. Os dois países reduziram as sobretaxas em 115%.

Com isso, as taxas americanas sobre importações chinesas serão reduzidas de 145% para 30%, enquanto as chinesas sobre produtos americanos passarão de 125% para 10%. Informações a respeito da perda de fôlego da inflação nos EUA também favoreceram o desempenho dos mercados.

Sem vetores fortes

Sem esses vetores, as bolsas europeias também encerraram o dia em queda, depois de uma sequência de altas recentes. Em Londres, o FTSE 100 recuou 0,21% e, em Frankfurt, o DAX baixou 0,47%. O CAC 40, de Paris, caiu 0,47%.

Entre os índices de Nova York, até as 16h30, o único que anotava elevação nesta quarta-feira era o Nasdaq, que concentra ações de empresas de tecnologia. Ela subia 0,60%. O S&P 500 e o Dow Jones estavam próximos da estabilidade, com o primeiro subindo 0,10% e o segundo caindo 0,10%.

“No exterior, a desaceleração da queda do dólar frente a outras moedas fortes e a retração nos preços do petróleo geraram um ambiente de menor apetite por risco, o que contribuiu para o enfraquecimento do real ao longo do dia”, diz Bruno Shahini, especialista em investimentos da fintech Nomad. “O mercado opera com volume reduzido e predominância de ajustes técnicos, fatores que dificultam a definição de uma direção única na sessão.”

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